Dois anos sem evento presencial, a festa católica de Corpus Christi — para celebrar o corpo e o sangue de Cristo — voltou com apoio de 60 mil fiéis. Antes de celebrar a missa, o arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa, nomeado cardeal da Igreja Católica pelo papa Francisco, citou a importância do encontro para gerar consciência na população sobre as notícias tristes e comemorar os bons momentos.
Durante a tarde, houve atendimento de confissão e animação preparatória para a Santa Missa no palco começou às 16h. Às 16h45, ocorreu a procissão de entrada da missa com todo o clero de Brasília e o arcebispo, Dom Paulo Cezar Costa, que saiu da Catedral para começar, às 17h, a missa no altar montado no gramado da Esplanada.
Ao final da Santa Missa, os fiéis assistiram a tradicional procissão com o mar de velas para honrar o Santíssimo Sacramento que percorreu a Esplanada no papamóvel utilizado na visita de São João Paulo II a Brasília. Na procissão, o Arcebispo concedeu três bênçãos com o Santíssimo Sacramento: aos enfermos, aos governantes e às famílias.
"Depois de dois anos, nossos corações já se mostraram ansiosos para esse encontro. Passamos por momentos difíceis, de dor, mas fomos sustentados. O Senhor (Jesus Cristo) estava no nosso barco e, por isso, estamos aqui celebrando, agradecendo a ele por estar conosco. Celebrar o Corpus Christi é manifestar publicamente nossa fé. A eucaristia é o próprio Jesus, que se dá a nós", declarou arcebispo Dom Paulo Cezar Costa.
As lágrimas pelo rosto de José Vicente, 86 anos, manifestavam um pedido de apelo. De joelhos, o religioso pedia por a cura de uma dor nas costas. "Estou muito feliz de estar aqui hoje. Quero agradecer a Deus em primeiro lugar e, principalmente, por nos proporcionar esse retorno, depois desse tempo de pandemia", frisou.
A autônoma Renata Almeida, 34, mora em Planaltina e chegou à celebração às 10h com o filho, de 11 anos. Pela primeira vez, a religiosa participa da solenidade e ficou surpresa. "Agora, vou vir sempre. Isso significa tudo nas nossas vidas. Hoje, vim especialmente para agradecer pela saúde do meu filho", pontuou.
Tapete colorido
Cerca de 1 mil católicos fizeram, na manhã de ontem, 25 quadros com areia, tinta e palha de várias cores no gramado da Esplanada dos Ministérios, mesmo com o sol de 25ºC. Os fiéis que voltaram ao local, próximo à simbólica Catedral Metropolitana de Brasília — após dois anos sem o evento por conta da pandemia da covid-19 — coloriram o centro da capital ao longo dos 130 metros de quadros feitos por 23 paróquias.
Um dos grupos de jovens que montaram um quadro na grama veio da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Pompéia. Morador da Vila Planalto, onde fica a igreja, o estudante Mathews Miranda, 16 anos, ajudou na elaboração do desenho junto de 14 jovens. "Na Esplanada, estamos estreando, mas no ano passado fizemos o desenho na nossa paróquia também, o que nos deu confiança para vir aqui e fazer uma imagem que representa muito a beleza que a gente quis passar", afirma.
Os jovens foram um dos últimos a terminar o tapete, que era o segundo perto do palco. Das 7h às 12h50, desenharam a santa que leva o nome da igreja com Jesus Cristo no colo. "É a padroeira da nossa paróquia, que representa o carinho que ela teve com Jesus para nos aproximar da eucaristia, que é Cristo", explica. Alegre com a conclusão do quadro, Mathews diz que o encontro serviu para conhecer mais pessoas. "Além de engrandecer a festa, também foi bom para nos aproximar e nos divertir por uma causa em comum", vibrou.
Às 7h, o padre Paulo Renato, pároco da catedral de Brasília, começou a oração com os jovens dando abertura a confecção do tradicional tapete por onde passará o Santíssimo Sacramento na procissão. Em seguida, às 8h, foi aberta a praça de alimentação com lanches e almoço no cardápio.
Os festejos que acontecem em Brasília desde 1961 e, na Esplanada dos Ministérios desde 1978, estão sendo organizados, este ano, pela Comissão de Corpus Christi, coordenada pelos ministros extraordinários da Sagrada Comunhão Eucarística (MESCE) da Arquidiocese.
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