Economia

Vendas de inverno aquecem setores de vestuário e itens para o lar no DF

Lojistas da capital federal esperam lucros maiores para a estação que começou nesta semana. Sindicato do Comércio Varejista estima aumento de 8% no faturamente, ante queda de 5% nos últimos dois anos

Edis Henrique Peres
postado em 25/06/2022 06:00
Lojas de vestuário e itens para o lar, como cama, mesa e banho, atraem mais clientes neste período -  (crédito:  Ed Alves/CB/D.A Press)
Lojas de vestuário e itens para o lar, como cama, mesa e banho, atraem mais clientes neste período - (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

A chegada oficial do inverno ao hemisfério sul animou trabalhadores do comércio de vestuário e roupas de cama, mesa e banho do Distrito Federal. Com a queda das temperaturas, a tendência é de que as vendas se aqueçam, em função da procura maior por peças quentes. A expectativa é de aumento do faturamento em até 60% ao mesmo período do ano passado, segundo a avaliação de alguns lojistas.

O otimismo do setor é motivado, principalmente, pela chegada antecipada da estação. Em meados de maio, uma onda de frio polar atingiu a capital do país e trouxe recorde de baixas temperaturas. O período, que durou duas semanas, conseguiu elevar em 8% as vendas do comércio de vestuário, segundo levantamento do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista-DF).

Gerente de uma loja no Sudoeste, Adriana Barbosa detalha que, com a frente fria, em um só dia, vendeu um terço do estoque de roupas de tricô. "Essas peças têm uma grande demanda dos clientes e, agora, com a chegada oficial do inverno, estamos com uma expectativa muito boa, porque há previsão de mais frio e ventos gelados", diz a comerciária, que viu os últimos três meses serem mais lucrativos do que o mesmo período de 2020 e 2021, quando as vendas estagnaram.

  • 15/06/2022. Crédito: Ed Alves/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Cidades. Comercio preparado para o Inverno. Na foto Adriana Ribeiro. Ed Alves/CB
  • 15/06/2022. Crédito: Ed Alves/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Cidades. Comercio preparado para o Inverno. Na foto Henoel Moraes. Ed Alves/CB

Na avaliação da gerente, o faturamento deve aumentar entre 20% e 30%. "Temos clientes que saem cedo para trabalhar e, também, para curtir o happy hour. Esses são os momentos mais frios do dia. Aqui na loja, trabalhamos com clientes entre 29 e 79 anos, mais ou menos. E, neste inverno, fizemos uma aposta bem alta, porque as pessoas voltaram ao trabalho presencial depois de um longo período trabalhando em casa. Agora, precisam de um casaco ou outros itens novos", acrescenta.

Cenário

Presidente do Sindivarejista-DF, Sebastião Abritta comenta que a procura tem sido maior por calças, casacos de moletom, cobertores e mantas. "Para estimular o consumo, muitas lojas parcelam o pagamento em cinco ou mais vezes. O público principal são estudantes e trabalhadores que acordam bem cedo, além dos idosos. A frente fria garantiu um aumento de 8% das vendas, enquanto, em 2020 e 2021, no mesmo período, o DF enfrentava queda de 5% da procura dos clientes", calcula.

Sebastião destaca que diversos estabelecimentos venderam todo o estoque de moletons e mantas; por isso, tiveram falta de produtos. "Com a chegada oficial do inverno, as perspectivas são boas. Além disso, temos a liberação das festas juninas. Diferentemente de 2021, quando a cadeia produtiva começava a se movimentar, neste ano, tudo voltou. Agora, as pessoas precisam de roupas apropriadas para sair de casa e enfrentar o frio", avalia.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) confirma que as baixas temperaturas tendem a continuar. Especialista do instituto, Mamedes Luiz Melo observa uma tendência de o DF enfrentar uma fase parecida com a do ano passado. "Além disso, em julho, agosto e setembro, estaremos em pleno inverno, então sempre há chances de termos algum recorde", alerta Mamedes Melo.

O especialista lembra que o fenômeno La Niña, caracterizado pelo resfriamento das águas da superfície do mar na costa do Peru, pode favorecer a diminuição das temperaturas. "Ele está em atuação e deve continuar até a primavera, provocando um inverno mais rigoroso devido às massas polares que chegam à região Sul do país", explica Mamedes.

Preferências

Outra loja de roupas que prevê aumento nas vendas é a da empresária Andreia Beatriz Dornelles, na Asa Norte. Especializado na moda do frio há 35 anos, o negócio se prepara para um inverno lucrativo, com alta de até 60% em relação à mesma estação no passado. "Um dos grandes propulsores das vendas foram as quedas de temperaturas em maio. E, em junho, as pessoas costumam viajar, entrar de férias, principalmente devido ao recesso escolar, escolhendo destinos mais frios para visitar." A preferência, segundo ela, tem sido por tecidos mais compactos, mas de qualidade, que aquecem bem e de fácil lavagem ou secagem.

Não só o setor de vestuário espera resultados melhores, mas o de itens para casa como cama, mesa e banho também. Gerente de uma loja desse segmento no Conjunto Nacional, Henoel Moraes diz que viu o faturamento subir 40% neste ano. "A tendência e as expectativas são de que o inverno colabore ainda mais para esse crescimento, pois os clientes, nessa época têm procurado, principalmente, edredons e cobertores", diz.

O inverno no hemisfério sul começou na terça-feira (21/6) e termina em 23 de setembro. O período é caracterizado por noites mais longas e dias mais curtos. No Distrito Federal, é marcado por clima mais seco e céu com poucas nuvens.

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