Vestida com a bandeira do Brasil, a auxiliar de serviços gerais Luna Mar, 64 anos, destacava-se em meio à multidão presente ao encerramento da 23ª edição da Festa de Pentecostes, celebrada no Taguaparque. "Aqui, tudo representa só coisas boas e graças que Deus manda para a gente", resumiu, alheia a qualquer posicionamento político — a bandeira trazia menção direta à Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida. A estimativa dos organizadores é a de que, ao logo do dia, cerca de 1,1 milhão de pessoas tenham comparecido ao evento.
A semana de Pentecostes, encerrada na noite deste domingo (5/6), culminou com a aguardada bênção das velas, que, promovida desde sexta-feira passada, teve o ápice, com a consagração ao Divino Espírito Santo. O aumento do número de fiéis e da estrutura da festa, com telões maiores e que ampliaram a visão para a última missa, a cargo do padre Moacir Anastácio, foram comemorados. No palco, a imagem de Nossa Senhora da Primavera se sobressaia.
Acompanhado da primeira-dama Mayara Noronha, o governador Ibaneis Rocha prestigiou o último dia de celebração. "É um evento de suma importância para a cidade, para todos os católicos, para todos os evangélicos. É um evento de união de todas as religiões, além de ser algo que marca a história da cidade. Nós, que passamos dois anos que nos afastaram de celebrações como esta, podermos retornar, com milhares de pessoas presentes é muito importante para todos. Eu, como governador da cidade, só tenho a agradecer as graças de Deus, por estarmos aqui com tanta alegria", comentou o governador, ao Correio.
Nesta edição, segundo os organizadores, o investimento na estrutura da festa foi de R$ 1,2 milhão e o público foi 15% superior ao registrado em 2019.
Outras presenças públicas também foram ao Taguaparque ontem, como a ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, a viúva do ex-governador Joaquim Roriz e o neto, Weslian Roriz e Joaquim Roriz Neto, respectivamente, e o presidente da Câmara Legislativa, Rafael Prudente.
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Testemunhos
A secretária Luci de Oliveira, 48 anos, participa das celebrações de Pentecostes desde 2002. Emocionada, recorda-se dos momentos de dificuldade e de uma canção que teria lhe auxiliado a superar os problemas. "(Nada temas) Foi a música que ouvi, ao tomar parte das atividades do padre Moacir, na Paróquia São Pedro, há 20 anos. Eu era comerciante e estava em dificuldade extrema. Além de decisões judiciais que ameaçavam tirar todas as minhas posses, sofria ameaças de morte", relembrou.
A família Rodrigues saiu de Ceilândia para acompanhar a missa de encerramento das celebrações de Pentecostes. "É um ambiente agradável, e há a necessidade de estar mais perto de Deus. Há muita falta de amor ao próximo. Se não for Deus na nossa vida, quem será?", observou a autônoma, Ruana Rodrigues, 30 anos, que estava acompanhada pelos filhos, irmãos e pela mãe.
Mais que uma celebração dos católicos, a festa em devoção ao Divino Espírito Santo acolhe a todos que buscam por uma palavra de conforto e esperança, independente da crença. A evangélica Luciana Rodrigues acompanhou os quatro filhos, em uma demonstração de respeito e tolerância. "A satisfação aqui é a paz e a liberdade para falar com Deus", resumiu o filho Lucas Rodrigues.
O servidor público Marcus Souza, 35 anos, é um dos admiradores do celebrante. Ele estava acompanhado pela mãe, a aposentada Nilda, 74 anos."O padre é muito carismático e animado: ele fala a língua do povo", disse Marcus, que estava feliz pela participação presencial, depois de acompanhar as missas de forma virtual.
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