Como vai ser a agenda do presidente Bolsonaro em Brasília? Ele vai andar com vocês?
Ainda não conversamos com o presidente.
E essa confusão no seu partido com possível volta do ex-governador José Roberto Arruda?
Parece que ainda depende de um recurso. Está tudo no ar ainda. Você vê ano eleitoral e temos muitas dúvidas. Por exemplo, saiu essa condenação para o Izalci. Ele era pré-candidato ao governo. Já não vai poder ser, a não ser que consiga anular. Então, está tudo no ar. Eu estou deixando para me ocupar com isso no momento do registro das candidaturas. Já vi que não adianta planejar muita coisa antes.
A senhora acha que essa eleição está mais embolada na definição do que outras?
Pelo menos aqui no DF eu estou achando. Por exemplo, até agora, Ibaneis está correndo quase sozinho para o governo. Mas, se o Arruda vier pré-candidato, acho que vai realmente embolar o meio de campo.
A senhora acha que é melhor para o partido, o PL, essa guerra ou seria melhor ficar com Ibaneis?
Não. Acho que a base do partido é a que apoia o Bolsonaro, os candidatos do PL, a Flávia para o Senado. Mas talvez vá com Ibaneis por falta de concorrência.
E essa questão da ex-ministra Damares
ser candidata. Acredita que ela será
mesmo candidata?
Acho que ela está botando gás. Está determinada.
Mas, se ela for candidata ao Senado não vai prejudicar a candidatura da Flávia?
Prejudica. Com certeza. Isso é uma coisa que para mim está bem no ar. Confesso que não entendi.
O presidente falou com a senhora sobre isso? Que a candidata ao Senado aqui é uma ou outra?
Não. Ele fala que a decisão é delas e que ele não está interferindo.
E, se a Damares e a Flávia forem candidatas, como a senhora vai se dividir?
Fica uma situação super complicada porque sou amiga das duas, gosto das duas. Acho que as duas podem fazer um bom trabalho, mas a Flávia é do meu partido.
E pelo fato de a senadora Simone Tebet ser do MDB, partido do governador Ibaneis Rocha, o presidente Jair Bolsonaro gostaria de ter um candidato dele aqui?
É bem natural. Não sei ele. Eu gostaria que ele tivesse porque o Ibaneis, sendo do partido da Simone Tebet, como vai dar palanque para o Bolsonaro? Eu acho que seria muito bom, apesar de o presidente ser muito forte no DF, ele ter um candidato dele aqui. Mas esse candidato não se apresentou.
Pode ser o Arruda?
Com certeza. Se o Arruda puder concorrer, ele é do partido do presidente. Então, óbvio, não tem palanque mais claro do que esse.
Qual é a expectativa para a sua eleição? Muita gente dá a sua vitória como certa até pela ligação com Bolsonaro…
Acho que estou numa situação confortável, mas eu não vou descansar nenhum dia porque não acredito em eleição ganha. Todo mundo fala: 'você está eleita'. Eu digo 'olha política muda, não dá para confiar e descansar'. Eu vejo meu apoio onde vou. É muito grande. Mas preciso estar na rua direto, rodando o DF, mostrando meu trabalho. E tem uma coisa: muita gente gosta de mim, me segue, mas acha que eu sou, por exemplo, deputada por São Paulo. É porque meu nome cresceu muito e, geralmente, político do DF não tem essa projeção.
Por que a senhora tem um nome nacional…
Isso. Meu maior desafio agora na campanha é trazer meu nome para o DF, que as pessoas não me enxerguem como uma candidata do Brasil, mas como uma candidata do DF. Encontro pessoas que dizem que adorariam votar em mim se eu não fosse de São Paulo. E olha que eu faço um trabalho grande na agricultura familiar aqui no DF.
Bolsonaro teve 70% dos votos no DF em 2018. Acredita que ele manteve essa popularidade aqui?
Acho que no início, quando houve o rompimento com o Moro, ele perdeu porque aqui tinha muita gente que sempre apoiou a Lava-Jato. Então, naquele momento ele teve uma perda. Só que ele está recuperando essa perda e hoje, pelo que vejo, ele está bem forte de novo aqui.
Vocês têm questionado muito as pesquisas que colocam Lula na frente e até ganhando no primeiro turno. Não acredita?
Não acredito nisso de jeito nenhum. Acho que essas pesquisas têm uma metodologia que levam a um resultado como esse. É como se aqui em Brasília você fosse fazer a pesquisa só na UnB. A gente vê isso: o Lula fazendo caravana digital. O que é caravana digital? Não existe isso. É uma desculpa que inventam porque ele não pode sair às ruas. Aqui em Brasília a rejeição ao Lula, ao PT, é gigantesca. E olha que eu tenho ido ao Nordeste, ao Norte. Não é dizer que estou numa bolha. Eu tenho andado por aí e de dez pessoas, oito votam no Bolsonaro. É difícil achar alguém que vote no Lula. Então, acho que fazem um malabarismo danado para que as pesquisas deem esse resultado.
Acredita que existem muitos eleitores que votam em Bolsonaro porque não gostam do Lula, mas se escondem?
Sim. A pancadaria é grande. As pessoas que assumidamente votam no Bolsonaro tomam muita pancada. Então, muita gente prefere ficar quieto.
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