Um incêndio destruiu o restaurante e pizzaria Fornassa, em Águas Claras, na Avenida Parque Águas Claras, no início da tarde dessa quarta-feira (1º/6). O fogo teria começado por volta das 12h30. Testemunhas relataram ao Correio que as chamas consumiram a parte externa do estabelecimento em menos de 10 minutos e que sete pessoas trabalhavam no momento do incidente. A maior parte da estrutura era de madeira e palha. Em dezembro, outro grande incêndio consumiu o Complexo Gastronômico Casa Maaya, também coberto por palha. O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) conseguiu preservar a cozinha, que guardava cilindros de gás de cozinha e 200 litros de álcool em gel. Ninguém ficou ferido.
O tenente do CBMDF Fábio Ribeiro, comandante da operação, ressalta que só será possível determinar a causa do incêndio após a conclusão do laudo pericial, que deve sair em até 30 dias. Quando os bombeiros chegaram, não havia mais ninguém dentro do restaurante. Não há informação sobre em que parte teria começado o fogo.
Em mais ou menos duas horas os bombeiros conseguiram conter as chamas e fazer o rescaldo no local — operação para apagar todos os focos remanescentes que possam reacender. "Quando é uma situação assim, a gente faz a perícia em conjunto com a Polícia Civil. Não temos como dar nenhuma informação concreta. Estamos considerando todas as hipóteses, inclusive incêndio criminoso", explicou o tenente-coronel Hildeberto, perito do corpo de bombeiro.
Cuidado redobrado
Especialistas em diagnósticos, o engenheiro civil Ruan Matheus destaca que esse tipo de edificação requer cuidado redobrado, uma vez que a instalação é mais passível a incêndios. "É um caso de estrutura de madeira e palha, que são bem suscetíveis ao fogo, principalmente em épocas secas. Então, tem que ter um planejamento de combate a incêndio, seja por alarme, seja por área de demarcação, para ter isolamento de um possível fogo. Com esse tipo de plano, caso tenha alguma fumaça, algum indício de fogo, tem o espalhamento da água", detalha.
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Em grupos de WhatsApp, circula a hipótese de que o incêndio teria começado devido à instalação de uma churrasqueira. Que, ao cortar ferragens com equipamento de serralheria, faíscas atingiram uma coluna de madeira e subiram para a palhoça. Informação não foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros.
A enfermeira Mariana Garcia, 43 anos, disse à reportagem que passou pelo local por volta das 11h e viu movimentação de pessoas. "Eles estavam retirando algumas coifas, parecia que iam fazer alguma obra", relatou. Um morador da região, que preferiu não se identificar, afirmou que trabalhadores estavam serrando barras de ferro dentro do estabelecimento. "Era com aquele disco de corte. Solta algumas faíscas, e o restaurante é todo de palha. Quando tomou conta, foi muito rápido."
Dono do restaurante, Juliano Suanno estava muito abalado e não quis falar com a imprensa. Ele abriu uma vaquinha on-line e pede ajuda para reconstruir o local. No site, a meta é de R$ 500 mil. "Criamos essa vakinha para reerguer o nosso querido estabelecimento que infelizmente sofreu um grande incêndio e recebeu danos em mais de 80% da sua estrutura", disse no texto da publicação.
O advogado do proprietário, Thiago Porte Mól, negou a possibilidade de haver qualquer movimentação dentro do local. "Todos estão muito abalados e sem um norte. Não temos ideia do que pode ter acontecido. O restaurante é novo, não tem nem necessidade de qualquer obra. Vamos aguardar a perícia para saber que providências tomar", adiantou.
Inaugurado há quatro meses, o grupo Pampas assumiu a direção do restaurante, onde antigamente funcionava o D'Lourdes, em fevereiro deste ano. Alguns funcionários do Fornassa se reuniram ao lado do estabelecimento. Em lágrimas, uns consolavam os outros. "É muito difícil, uma situação muito delicada. É muito triste ver isso", disse chorando um homem com o uniforme da empresa.
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Síndico do condomínio Evidence — edifício ao lado do Fornassa —, Adolfo Martins, 52, lembra que a esposa entrou desesperada no apartamento do casal, no segundo andar, e disse que o restaurante havia pegado fogo. Com o incêndio tomando grandes proporções, o responsável pelo residencial começou a bater na porta de todos os vizinhos pedindo para que evacuassem o prédio, devido ao risco o de explosão. "Quando eu vi, eu fiquei assustado, porque lembrei que, na divisa do muro do residencial com o restaurante, tem um depósito com dois cilindros de gás enormes. Decidi, junto com ela, fechar as janelas do apartamento, pegar nossos pets e ir na porta de cada apartamento avisar que o restaurante estava pegando fogo, porque estava correndo o risco de explosão, além de solicitar que eles descessem pela escada de emergência. Foi muito assustador", afirmou.
*Estagiários sob a supervisão de Guilherme Marinho
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