Mirando o cenário após a pandemia, um grande desafio é lidar com a recuperação econômica. No Distrito Federal, um dos objetivos é cortar impostos para atrair grandes empresas e gerar empregos, de acordo com o Secretário de Desenvolvimento Econômico, Jesuíno de Jesus Pereira Lemes, em entrevista ao programa CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília — de ontem. "O DF está mudando essa condição de cidade do serviço e do servidor públicos", afirmou. À jornalista Adriana Bernardes, o secretário destacou o passo a passo para a retomada econômica da capital em um cenário breve.
Depois do pico da pandemia, quais são os planos do governo para tentar fazer o DF arrancar na economia e sair dessa crise?
Recebemos a determinação do governador que tínhamos que unir esforços para trazer investimentos para o DF. Ele é muito sensível em relação ao setor produtivo e temos o desafio de atrair grandes empresas para cá. Foi assinado o decreto que melhorou as condições fiscais para trazer empresas do polo logístico. Temos cinco grandes empresas querendo trabalhar nessa distribuição aqui, o que vai gerar mais de 1,5 mil empregos e melhorar a contribuição na arrecadação do DF e a qualidade de vida dos moradores.
O senhor disse que vai chegar, no DF, uma grande empresa na área de saúde. Pode falar mais sobre isso?
Estamos tratando as condições finais para a recepção dessa empresa, que gerará, ao longo do seu desenvolvimento, instalação e projeto, mais de oito mil empregos diretos e outros 16 mil indiretos. Inicialmente, será feito um investimento de R$ 1,6 bilhão, chegando a um total, ao fim, de R$ 4 bilhões. Isso para melhorar a saúde, a arrecadação e a condição de emprego. É uma empresa multinacional. Neste momento, não podemos antecipar qual empresa é, mas estamos nos acertos finais para a instalação.
Quais as medidas do governo para tornar o DF competitivo no sentido de atrair empresas e deixar de perdê-las para estados que têm incentivos mais vantajosos?
Nós estávamos fazendo uma pesquisa e refletimos que o DF está mudando essa condição de cidade do serviço e do servidor públicos. Cinquenta e quatro por cento da economia é mantida pelo setor produtivo, em função da diminuição dos servidores públicos. Nesse sentido, temos o programa Desenvolve, que concede à empresa que se instale no DF, através de indicação de terrenos e participação de uma licitação para esse fim, pagando uma taxa menor do que um aluguel. Temos esse convênio com a Terracap, indicamos o terreno, que vai para a licitação. O pagamento é de 0,2% a 0,5% do valor do terreno ao longo de um período de 5 a 30 anos, renováveis por mais 30 anos. Além disso, temos o plano Emprega DF, que concede descontos no pagamento do ICMS, chegando a 67% do valor do pagamento do imposto. Estamos em competitividade com os estados vizinhos, onde empresas migram de Goiás e Minas Gerais para o DF, em função desses novos incentivos criados nesse governo.
Como é o cenário da mão
de obra no DF?
Essa questão implica na instalação das empresas, devido à mão de obra qualificada. Em função dessa migração, mantemos convênio e tratativas com o Sebrae, para que a gente possa suprir essa carência de mão de obra qualificada, oferecendo cursos e trabalhando essa massa de mão de obra que temos, direcionada para as empresas que estão por se instalar aqui.
Como está o olhar da
secretaria para o desenvolvimento das cidades em torno do Plano Piloto?
Temos em todas as cidades as Áreas de Desenvolvimento Econômico (ADE), instaladas para que as empresas recebam incentivos e absorvam a mão de obra. Estamos melhorando a infraestrutura em algumas regiões, como no Polo JK e na Ceilândia, para melhor suportar essas empresas. Estive na quinta-feira (26/5), junto do governador, na Amazon, que fica em Santa Maria, onde quase todos os empregados residem na região do Entorno: Valparaíso (GO) e Céu Azul (GO). Fica melhor para a administração das condições de contratação da empresa e resolve os problemas de trânsito que há para se deslocar para Brasília.
Em um eventual segundo mandato do governador
Ibaneis Rocha, qual vai ser a prioridade da SDE?
Trazer para o DF grandes empresas, para gerar mais empregos, em meio ao cenário de desemprego devido à pandemia. E obter uma maior arrecadação para o DF, e dispor à população uma melhor infraestrutura nas cidades.
*Estagiário sob a supervisão de Malcia Afonso
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