Um dos pioneiros do rock no Distrito Federal, Isnaldo Lacerda Júnior morreu, aos 66 anos, no último sábado (29/5). Diabético, ele vinha enfrentando complicações na saúde por causa da doença. Amigos e familiares puderam dar o último adeus em Campina Grande, na Paraíba, onde ele estava morando. Visionário e amante do rock, Isnaldo foi o primeiro empresário da capital a acreditar e apostar nos artistas da música em Brasília, nos anos 80.
Dono da famosa Sebo dos Discos, ele tinha um acervo único e reunia discos desde o rock tradicional até edições underground. “Na minha opinião, ele é tão importante para a história do Rock Brasília quanto Renato Russo e Tom Capone, com quem deve estar, agora, lá em cima, conversando sobre as e relembrando as histórias fantásticas ocorridas no lendário Sebo do Disco”, disse o amigo e músico Rodrigo Leitão, 58.
Pela loja de Isnaldo passaram nomes como Militão Ricardo, da Banda 69; Renato Russo; Alex Podrão; Bosco, da Detrito Federal, e inúmeras outras figuras importantes para o cenário do rock brasiliense. “Ele atraía e disseminava música e pessoas. Se você quisesse um disco que só tinha na Inglaterra, ele dava um jeito de trazer a você. Fica a saudade, o respeito, a admiração e uma fraterna amizade”, lamenta Leitão.
Um dos maiores legados de Isnaldo Jr. foi a produção do LP coletânea Rumores, um álbum gravado nos estúdios Bemol, em Belo Horizonte. Isnaldo, Fernandez Dias e Paulo Pestana selecionaram quatro bandas da época e levaram os roqueiros para gravar o antológico Rumores, o primeiro disco de rock independente produzido no DF e segundo trabalho do gênero a chegar ao mercado, em agosto de 1985.