Com o aumento do número de casos de covid-19 no Distrito Federal, a vacinação se torna ainda mais importante para evitar complicações causadas pelo vírus. Na sexta-feira, a Secretaria de Saúde (SES-DF) divulgou que a taxa de transmissão chegou a 1,44 e superou o maior dado de 2021 — que foi 1,35, em 7 de março. O valor de sexta aponta que cada 100 brasilienses com a doença podem transmiti-la, em média, a outros 144.
No último boletim epidemiológico, a pasta divulgou que mais 1.450 pessoas foram diagnosticadas com covid nas últimas 24 horas. A última vez que o DF atingiu 1 mil casos positivos foi em 7 de março. Assim, a capital federal chegou a 705.948 infectados desde o início da pandemia. Em relação às médias móveis — levantamento realizado pelo Correio —, a de infecções pelo novo coronavírus está em 919, o que representa um aumento de 255% em relação a 14 dias atrás. Já a de óbitos está em 1,2, o que demonstra uma queda de 40% na comparação com os 14 dias anteriores.
Neste sábado, a movimentação nos postos de vacinação foi baixa. Raqueline Compõe é enfermeira responsável técnica da UBS 2 de Ceilândia, que estava tranquila, sem filas. Ela espera um público maior a partir de segunda-feira. Raqueline reforça que são pouquíssimos os casos de reação da vacina, inclusive, em crianças, o que dá mais confiança para os pais. Quando há reação, os sintomas se limitam aos mesmos de outros imunizantes, como dor no local da aplicação e febre.
Houve quem aproveitou para dar sequência ao esquema vacinal no posto da Ceilândia, como Majorie Falcão, de 6 anos, acompanhada do pai, Felipe Falcão, 29. "É fundamental que as pessoas se vacinem. E tendo em vista todas essas doenças e novos riscos à saúde que vêm surgindo, é mais importante ainda", acredita Felipe.
Para a médica infectologista Ana Helena Germoglio, o atual momento é um reflexo da baixa adesão à vacinação. "Por mais disponível que esteja a vacina e orientação que a população receba, ainda têm pessoas que acham que não é importante completar o ciclo da vacina, cada um com seus motivos, alguns acreditam que a pandemia acabou e porque as coisas estão melhores, não está mais tão grave, acham que não precisam mais", lamenta.
A especialista destacou também que, provavelmente, o número de casos é ainda maior do que o divulgado. "Muitas pessoas não estão sequer testando ou notificando as autoridades", explica. Germoglio orienta que a população que ainda não tomou as doses necessárias procure os postos de saúde.
Para os brasilienses que desejam tomar a vacina contra a covid-19 neste fim de semana, atenção, pois a imunização foi somente no sábado. Amanhã o serviço volta a ficar disponível de forma gratuita. Os locais de vacinação são atualizados diariamente no site da Secretaria de Saúde do DF.
Sarampo
O DF tem 182 mil crianças com idade entre 6 meses e 5 anos, público-alvo da campanha de vacinação contra o sarampo. A pasta pretende vacinar 95% delas. Os dados de 04 a 19 de maio apontam que 37.095 doses foram administradas no DF para crianças nessa faixa etária (79,1%), além de trabalhadores da saúde (20,5%) e adolescentes e adultos (0,4%).
Em nota, a Saúde informou que nenhum caso da doença foi confirmado no DF neste ano. Ainda assim, a Secretaria alerta a população sobre a importância de levar as crianças para tomarem a chamada "dose zero" da vacina tríplice viral. O objetivo é intensificar a vacinação aos mais suscetíveis para casos graves e óbitos.
O sarampo é uma doença infecciosa grave, causada pelo vírus Measles morbillivirus e que está em circulação no Brasil. A vacina para prevenção da doença, a tríplice viral, é aplicada em todas as unidades básicas de saúde (UBSs) do DF. Contudo, um importante reforço dela é necessário devido ao surto da doença no país. Uma dose extra deve ser tomada por pessoas entre 20 a 49 anos de idade.