A mãe da criança que sofreu uma tentativa de sequestro na manhã desta quarta-feira (25/5), Ana Márcia Rabelo, 39 anos, contou, ao Correio, como se sentiu ao saber do crime. Maria Zilda Pinto Alves, 49, mulher em situação de rua acusada da ação, foi presa pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) no final da tarde, no Núcleo Bandeirante.
A pedagoga mora com a família em um apartamento da 310 Sul. Por volta das 9h, a babá Margarett Silva, 38, desceu com a criança ao parquinho da quadra. “Minha filha frequenta a creche, mas como ela estava febril, ficou em casa. Hoje, a febre dela passou e comentei com a Margarett que iria levá-la à creche. Mas, pela manhã, ela foi ao parquinho e eu fiquei de decidir no período da tarde”, disse.
Pouco mais de 20 minutos depois, a babá retornou ao apartamento, o que causou estranheza em Ana. “Geralmente, elas ficam de 40 minutos a uma hora. Eu estava na cozinha e, quando me virei para perguntar o porquê tinham subido mais cedo, notei o arranhão no pescoço da Margarett”, relata a mãe. Assustada, a babá detalhou a situação.
Segundo a funcionária, Maria Zilda abordou a criança enquanto ela descia pelo escorregador e disse à criança: “Vem com a tia”. No momento em que a criança foi em direção à suspeita, a mulher a agarrou. “Inicialmente, como todos se conhecem na quadra, a Margarett achou que essa mulher conhecia minha filha, mas quando ela a pegou no colo, ficou totalmente assustada”, completou a pedagoga. Testemunhas contaram que Maria sentou na gangorra e chegou a estender um pano no chão.
Ao tentar tirar a criança do colo da mulher, Margarett foi arranhada no pescoço e correu em direção ao parquinho da frente. Vitória Ferreira, 49, uma outra babá que presenciou o fato, impediu a entrada da mulher. “A babá veio correndo para o parque e a mulher veio atrás. Foi quando eu disse que ela não ia entrar no parquinho, porque senão eu iria chamar a polícia. Depois, ela saiu correndo", relatou.
Alívio
Ana classifica o episódio como desesperador. “Um local que, à princípio, você se sente segura, se torna um ambiente perigoso”, define. A pedagoga pediu por Justiça e agradeceu ao trabalho da população. “Poderia ser bem pior. Ela poderia estar com uma faca, por exemplo, e ferir a babá e minha filha”, disse.
Maria Zilda acumula 99 passagens pela polícia, além de 50 ações penais. De acordo com o delegado Isac Azevedo, da 1ª DP, em uma das situações ocorridas este ano, Maria desacatou e afrontou policiais da 11ª Delegacia de Polícia, do Núcleo Bandeirante. Durante toda a manhã e tarde, os investigadores fizeram rondas em busca da mulher. "Os policiais da 11ª DP nos forneceram algumas informações, até porque ela costumava frequentar a delegacia e já chegou a tomar banho lá e receber doações. Com as imagens das câmeras de segurança, conseguimos identificá-la e a encontramos em uma rua do Bandeirante", detalhou o delegado.
No momento da prisão, a moradora de rua partiu para cima dos policiais e chegou a arranhar uma agente. A servidora passou por exame de corpo delito no Instituto de Medicina Legal (IML). Presa, Maria responderá por tentativa de sequestro qualificada, que pode resultar em uma pena de 2 a 5 anos.