Com o lema "Aqui ser nerd é coisa séria", a Semana Internacional do Orgulho Geek trouxe para a comunidade a multidisciplinaridade desse universo. A iniciativa do Serviço Social do Comércio do Distrito Federal (Sesc-DF) pretende mostrar que, apesar de a palavra geek, ou nerd, levar o estigma de ser uma pessoa muito aficionada por algum assunto, esse conhecimento pode e deve ser utilizado para movimentar a cultura e até o comércio de uma região.
A programação começou na quarta-feira e termina hoje, na unidade do Gama. Os horários variam conforme as atividades, que incluem exposições e palestras com transmissão pelo canal do Sesc DF no YouTube. Nos três primeiros dias também foram realizadas oficinas.
"O mais interessante é que o Gama é um ponto de referência de geolocalização. Aqui em volta tem engenharia de software na UnB (Universidade de Brasília) e todas as outras engenharias, como a aeroespacial. Além disso, tem também o Centro de Inteligência Artificial. É como se tivéssemos esse centro de cultura nerd e geek aqui", avalia o analista de Cultura do Sesc Gama e responsável pelo projeto, Leonardo Braga.
Carrinho de rolimã
Quem for ao Sesc Gama hoje poderá brincar com carrinhos de rolimã, das 10h às 15h. O responsável pela fabricação dos carrinhos é César Braga, 56 anos, que, às 16h, também fará uma palestra sobre o legado do carrinho de rolimã nas ruas modernistas de Brasília.
Ele diz que acha incrível a iniciativa porque resgata algo que está na memória. "É fantástico também trazer boas lembranças, mexer com a memória afetiva das pessoas", argumenta. Atualmente, o carrinho menor, para crianças, custa R$ 400. O maior sai por R$ 480.
Programando o futuro
A organização não-governamental (ONG) Programando o Futuro, localizada no Gama, irá expor seu trabalho das 9h às 17h. A instituição atua com voluntários que recebem material tecnológico que não será mais utilizado ou não funciona. Fios, teclados, CPUs, impressoras e pilhas são alguns dos itens que eles reciclam e podem ser vistos hoje.
"A gente limpa, separa e tritura. O material vai para as próprias empresas fabricantes e é reutilizado no mesmo tipo de equipamento do qual foi retirado", explica a gestora da ONG, Larissa Nascimento.
Jogo sanduíche
A ideia de Verônica Saiki, 39 anos, surgiu quando ainda era criança, mas demorou a se tornar realidade. O jogo de cartas Sanduíche e o livro com a história em quadrinhos de mesmo nome foram publicados somente em 2020. A autora conta que todos os cenários da HQ refletem a realidade, porque são cenas da sua própria infância, em Valparaíso de Goiás (GO). "Abordamos vários arcos. Tem um em que a menina sofre bullying, mas, na minha época, isso não era tratado como bullying. Então, é uma miscelânea de coisas que ocorriam no dia a dia", diz.
Na última quarta-feira, Verônica esteve com as crianças promovendo uma oficina de criação de personagem para jogo de cartas. Embora a programação da Semana Internacional do Orgulho Geek termine hoje, seu trabalho poderá ser visto até 20 de junho, também no Sesc Gama.
Interessados podem adquirir a publicação na Livraria da Travessa, no Casa Park Shopping. O exemplar custa R$ 42. O jogo é vendido em algumas luderias de Brasília por R$ 49.