A Justiça do Distrito Federal recebeu, nesta terça-feira (24/5), a denúncia do Ministério Público contra o acusado de agredir o síndico Wahby Khalil, do prédio Luna Park, localizado em Águas Claras. O episódio ocorreu no dia 17 de março.
De acordo com a 2ª Vara Criminal, Henrique Paulo Sampaio Campos está proibido de manter qualquer tipo de contato com a vítima ou testemunhas, sob pena de ter a prisão decretada. Na denúncia, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) narrou que o acusado teria cometido crime de lesão corporal grave ao desferir um soco no rosto do síndico do prédio onde mora.
O motivo da agressão teria sido um desentendimento referente à instalação de um saco de pancadas, que o acusado usava para dar aulas de artes marciais. Como o objeto estava causando rachaduras ao teto da academia do prédio, o síndico o procurou para informar sobre a necessidade de sua retirada ou mudança para um novo local. O acusado não gostou e deu um soco no rosto da vítima que lhe causou lesão permanente em sua mastigação.
Ao decidir, o magistrado Wellington da Silva Medeiros entendeu que estavam presentes os requisitos para receber a denúncia, e concedeu o pedido do MPDFT para aplicar medida restritiva que proíbe o acusado de tentar qualquer tipo de comunicação com a vítima ou testemunhas. Além disso, determinou a citação do réu para apresentar defesa.
“Com efeito, está claro nos autos que o acusado chegou a ameaçar pessoas durante e depois dos atos a ele imputados, de modo que, em tese, até caberia a decretação de sua prisão preventiva. O crime aqui analisado tem pena máxima superior a 04 (quatro) anos, foi praticado com violência, e o réu tem inclinação a embaraçar a instrução processual penal, mediante constrangimento de testemunhas”, disse o juiz na decisão.
O caso
O síndico Wahby Khalil, 42 anos, foi agredido a socos pelo personal trainer Henrique Paulo Sampaio Campos ao chamar atenção do professor pelo incômodo causado por um saco de pancadas instalado em uma academia de um condomínio de Águas Claras. Em vídeo gravado pelo circuito de segurança do condomínio, é possível ver o momento em que Khalil é agredido por Henrique. A 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) investigou o caso.
Em vídeo enviado ao Correio em 19 de março, Khalil falou sobre os socos que recebeu. “Eu tenho falado que a maior dor que estou sentindo não é nem a dor física, a dor de saber que estou machucado pela queda, pelo murro, mas é a dor de saber que alguém que estava muito próximo a mim poderia ter me matado em um segundo”, disse o jornalista.
O síndico afirmou que assistiu ao vídeo que registrou o momento da agressão flagrado por câmeras de segurança. “O mais doído foi ver nas imagens a covardia. Ver que eu já estava caído no chão, precisando de ajuda, e, mesmo assim, a pessoa continuou ali desdenhando, falando, em vez de me ajudar. Aqueles segundos poderiam ser cruciais na minha vida. Isso é o mais doído e o mais cruel", afirmou na época.