Exposição

Em cinco dias, AgroBrasília atrai 120 mil pessoas e mostra a força do campo

A tecnologia foi um dos destaques da mostra, que voltou ao formato presencial e reuniu cerca de 120 mil pessoas durante cinco dias. Para receber a edição, programação contou com 500 expositores, além de palestrantes

Durante cinco dias, a capital do país sediou a maior feira de tecnologia e inovação de agronegócio do Centro-Oeste, a AgroBrasília. O evento, que terminou neste sábado (21/5), movimentou números grandiosos. De acordo com a organização da mostra, a expectativa de público girou em torno de 120 mil pessoas, sendo 500 expositores. O presidente da feira, Ronaldo Triacca, acredita que o volume de negócios chegue aos R$ 3 bilhões, um recorde, cujo resultado será observado ao longo de seis meses.

Iniciado em 17 de maio, o evento, localizado no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci do Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal (PAD-DF), a cerca de 70km do centro da capital do país, voltou ao modelo presencial, após ocorrer virtualmente por dois anos devido à pandemia da covid-19. As pesquisas de bioinsumos, de controle biológico para os produtores e os seminários de viticultura (estudo do cultivo de uva) e de mulheres do agro, foram alguns dos destaques.

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Acompanhada do filho Mateus Sato, e do cachorro Ozzy, a produtora rural Jaqueline Sato, 40, afirma que costuma visitar o evento com frequência, e elogiou as melhorias na estrutura. "Todo ano a gente vem, porque criamos gado de leite e mexemos com soja, também. Então, a gente adora", conta. A visitante também elogiou a parte das pitaias. "O parque está ficando bem bacana", opina a agricultora.

Presente desde a primeira edição, há 14 anos, a moradora do Paranoá e funcionária da Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF), Célida Xavier, 32, é uma das organizadoras do evento. Ela estava acompanhada da filha Isadora Xavier, 6, e da irmã Maria Isabel de Jesus, 33. "É um prazer a gente ter uma feira dessa estrutura na nossa região, porque é uma experiência nova em que a gente conhece todas as marcas de colheitadeira, trator, cultivo de soja", cita Célida.

Ontem, a pedagoga Maria Isabel, que já morou na região, visitou o parque. "Já vim em várias outras edições, e, realmente, o parque está muito bonito e bem maior, com experiências novas que a gente não tinha visto em anos anteriores", opina. Ela acredita que o público aguardava mais por esta feira do que pelas anteriores, devido aos dois anos de evento on-line, sem o modelo presencial. "Neste ano, foi uma expectativa maior para todo mundo", conclui.

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O chacareiro da área rural do Rodeador, em Brazlândia, Italo Ludke, 40, honrou o costume dos pais, agricultores, e foi visitar a AgroBrasília ao lado dos filhos, que foram ao evento pela primeira vez. "Eles adoram ver vídeo de trator na televisão, e a cada máquina que veem, saem correndo e gritando", relata o visitante.

Presente em outras edições, Ítalo Ludke, que é engenheiro agrônomo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), comentou que aproveita a mostra para trocar informações com colegas da área. "Estamos desenvolvendo cursos sobre alguns produtos, como o cultivo de alho livre de vírus, e nestes eventos você combina os encontros para falar com um produtor e técnico", explica.

Empresas premiadas

No último dia da edição, também foram divulgados os vencedores do projeto InovaAgroBrasília, que teve como tema Ideias inovadoras de controle biológico, para combate a pragas agrícolas e a insetos transmissores de doenças. Antes da divulgação, em discurso, o coordenador do projeto, Ricardo Araújo, incentivou os participantes que se inscreveram. "Agradeço a todas as empresas que participaram da competição, pois considero todos vencedores", disse.

Quem levou o prêmio foi a Sardrones, de Ribeirão Preto, representada por Gustavo Scarpari. A empresa trouxe uma proposta de dispersão de agentes biológicos e sementes na agricultura, por meio de drones e dispensers. Com os olhos cheios de lágrimas, o empresário afirmou estar muito emocionado e surpreso com a conquista. "Muito feliz e orgulhoso por ter ganhado essa competição de altíssimo nível", celebrou.

Na segunda colocação ficou a Moara, empresa do DF que apresentou o projeto do BioPro Solo. O representante da startup no evento, Fernando Silveira, diz que o produto ajuda na solubilização de fósforo no solo, promove o crescimento da planta — tanto na raiz como na parte aérea  —, ajuda na resistência à seca e favorece na absorção, tanto de água quanto de nutrientes, pela planta.

O terceiro lugar também foi para o DF. Desta vez, para a startup Biotecland, que trabalha com uma tecnologia de micro algas. Dágon Ribeiro, CEO da empresa, afirmou que a ideia do projeto é criar uma agricultura sustentável. "Ela otimiza o crescimento vegetativo, melhora a qualidade do solo, promove a resistência das plantas e aumenta a produtividade", enumerou o gestor.