O transporte público é uma questão importante que afeta o brasiliense diariamente, e foi um dos assuntos comentados pelo secretário de Mobilidade do DF (Semob), Valter Casemiro, ao CB.Poder — programa do Correio Braziliense em parceria com a TV Brasília —, nesta quarta-feira (18/5). Em entrevista conduzida pela jornalista Ana Maria Campos, o titular da pasta falou sobre o crédito extraordinário para as empresas de ônibus, aprovado pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) na semana passada. O incentivo extra de R$ 500 milhões, segundo ele, é uma recomposição orçamentária, destinada para pagamentos de subsídio, conhecido como equilíbrio econômico e financeiro do contrato.
Com esse benefício do GDF, o cidadão não terá aumento na tarifa diária de transporte público, na qual permanecerá no valor atual de R$ 5,50. O crédito adicional, assim, chegará a quase R$ 1 bilhão, segundo Casemiro. “Brasília optou por uma metodologia, em que ela tenha a tarifa usuário e também a tarifa técnica para remunerar o sistema. Com essa tarifa técnica, você diminui a necessidade de aumentar a tarifa do indivíduo”, destaca o secretário. De acordo com ele, o recurso é importante para que os pagamentos sejam divididos entre aqueles que usam o transporte coletivo e o Governo do Distrito Federal (GDF).
Em razão da pandemia, o secretário afirma que o sistema foi muito prejudicado, já que a frota de ônibus continuou com força ativa, mas a demanda de passageiros diminuiu drasticamente. Sendo assim, todo o custo de operação foi mantido, o que provocou um desequilíbrio financeiro. O secretário destaca que o aporte também servirá para estabelecer esse fator econômico, além de pagar pelo passe estudantil e a tarifa da pessoa com deficiência. “O usuário paga os R$ 5,50, enquanto o Governo complementa o restante. Em muitos casos as pessoas dizem que estamos dando dinheiro para empresários, mas, na verdade, estamos dando para a população”, ressalta Casemiro, que ainda reforça a necessidade do recurso, pois sem ele, o brasiliense teria que pagar cerca de R$ 10 reais pelo uso do transporte na capital federal.
Linhas do Entorno
Em relação a gestão do GDF, responsável, também, pelo transporte do entorno, o secretário conta que essa questão era uma solicitação feita há algum tempo pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e pelo Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT). “Eles disseram que o DF que deveria administrar, porque 10% do que ele anda é no Goiás e 90% no DF. São cidades limítrofes que circulam pela capital e depois retornam os trabalhadores para suas casas”, explica.
Ao aceitar o desafio, ele afirma que teve conversas com a ANTT e o MPDFT para integrar da melhor maneira possível os dois sistemas. “Estamos com um plano de outorgas já em andamento. A previsão é de que mandemos até o final de junho, e que possamos trazer melhorias”, esclarece. Ainda que esteja à frente dessa administração, o secretário tem algumas limitações, principalmente em algumas perspectivas nas quais muitos pedem por mudanças. Tarifas, troca da frota de ônibus e outros fatores dentro do sistema só seriam modificados a partir de uma nova licitação, que precisaria ser autorizada pelo Governo Federal.
*Estagiário sob a supervisão da subeditora Ana Luisa Araujo