Realizada desde 2008, a maior feira do agronegócio do Centro-Oeste atende a uma demanda crescente do produtor rural por tecnologia. Se antes os grandes fazendeiros estavam sempre atentos às novidades no campo, atualmente o pequeno e médio agricultor também buscam as inovações para aprimorar a produção. Entre os 500 expositores da Feira, melhorias e avanços no cultivo são temas predominantes. A AgroBrasília começou nesta terça-feira (17/5) e continua até sábado (21/5), no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, no KM 5, da BR-251, do Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal (PAD-DF).
Presidente do Sindicato de Fruticultores Floricultores e Horticultores do DF (Sindfhort), Sandra Vitoriano destaca que a mudança de comportamento no perfil do pequeno e médio produtor foi impulsionada pela crise sanitária do novo coronavírus. "Durante a pandemia, as pessoas mudaram muito a sua forma de pensar. Muitos produtores mais velhos se afastaram da produção e deixaram os filhos assumirem os negócios devido aos problemas da covid-19. E os jovens são bem mais abertos à tecnologia, eles buscam isso", afirma.
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Segundo ela, todo o processo de produção se modificou. "Até a maneira como os produtores embalam as mercadorias está diferente. A presença jovem está bem mais forte na agricultura. Eles são a nova geração. O primeiro passo de mudar a mentalidade dos produtores já conseguimos, agora lutamos para ter o apoio das organizações e do governo, permitindo que o pequeno produtor possa implementar essas tecnologias, com acesso a micro crédito, por exemplo", pontua.
Manejo diante das adversidades
O evento de hoje começou às 8h30 com o painel no auditório principal, com a presença do consultor técnico com experiência em construção em perfil de solos, Ivo Frare; o professor da Universidade Federal Santa Maria e doutor em manejos de solo, Jorge Carneiro Amado; e o doutor em ciências do solo e pesquisador do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (Iapar), Ademir Calegari.
Ivo destacou que a forma de plantar hoje não é a mesma das gerações anteriores. "O produtor precisa entender que o manejo influencia diretamente a produção. Pesquisas indicam, por exemplo, que a forma como ele lida com a seca é responsável por 80% da produção que vai ter naquele ano", pontua.
O manejo, segundo o especialista, se refere à quantidade de água e ar no solo, à compactação da terra, e à matéria orgânica presente. "A atividade biológica que temos no solos é primordial. E isso se refere também à qualidade dos produtos e do valor nutricional que eles vão ter", destaca.
Ao longo do dia, outras palestras acontecem. Confira a programação:
18 de maio
8h30 — Estratégias, práticas e rumos de uma agricultura equilibrada, eficiente e sustentável
14h30 — Bioinsumos: as alternativas de correção/adubação diante do atual cenário
16h — Controle biológico e uso de drones
19 de maio
10h — Inovação do controle biológico no sistema de produção
13h30 — A produção de vinhos finos no Planalto Central e suas potencialidades
16h - Controle biológico: da pesquisa ao mercado
20 de maio
8h30 — Cultivo da canola no cerrado: alternativa para rotação de culturas e de diversificação de renda
9h — Mulher do agro: qual a importância da mídia social na sua carreira?
11h — Estratégias para confinamento
13h30 — 4º Fórum Distrital de Febre Aftosa
16h — Programa Nacional de Bioinsumos: avanços e perspectivas
21 de maio
8h30 — Os desafios da fazenda com a turma do Agro de Negócios
9h30 — Apresentação das soluções tecnológicas para controle biológico das 7 startups finalistas
11h15 — Anúncio da vencedora e entrega da premiação
*Todas atividades terão transmissão on-line, pela plataforma
www.digital.agrobrasilia.com.br.