Agricultura

Cerrado tem alto potencial produtivo de trigo, diz pesquisador da Embrapa

Segundo Júlio Albrecht, região tem capacidade de produzir mais de três milhões de hectares. Informações serão divulgadas na feira AgroBrasília

A Feira AgroBrasília deste ano apresenta aos produtores a importância do trigo adaptado ao cerrado, desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa-DF), para o desenvolvimento da agricultura. Na avaliação do pesquisador Júlio Albrecht, a autossuficiência do Brasil em trigo "passa pelo cerrado". "Temos um alto potencial produtivo na região, para mais de três milhões de hectares. Se o preço do trigo mantiver o patamar que está hoje, facilmente vamos chegar a uma alta produtividade", afirma.

Segundo Júlio, parte do potencial se refere às estações bem definidas do bioma. "Aqui, temos seis meses de chuva e seis meses de seca e colhemos em um período entressafra. Nossa colheita é em agosto, enquanto o Sul do país, responsável por cerca de 90% do nosso trigo, começa a colher em novembro e dezembro", detalha.

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O especialista salienta que a expectativa é aumentar a produção do trigo no cerrado em 100 mil hectares até 2025. "Hoje, produzimos 250 mil hectares, e queremos chegar a 350 mil. Com isso, a produção vai ser em torno de 300 mil toneladas de trigo a mais, com uma economia de até R$ 400 milhões ao país (em importações)", assegura.

Os visitantes dos cinco dias de feira, que ocorrerá entre 17 e 21 deste mês, poderão tirar dúvidas diretamente no estande da Embrapa. A AgroBrasília também traz outras novidades.

Diretora executiva da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), Loiselene Trindade ressalta: "Este ano, trazemos a questão de energias renováveis, do circuito de gestão ambiental, bioinsumos, além de saneamento para o produtor".

Outro diferencial será a apresentação do crédito rural. "Esse tema é uma necessidade da produção de desenvolvimento, então vamos ter as linhas de crédito e técnicos orientando e elaborando os projetos para os produtores. A Emater vai estar junto com o produtor para acompanhá-lo e orientar", garante.

Projeção além do DF

De acordo com o presidente da AgroBrasília, Ronaldo Triacca, a feira tem importância para além do Distrito Federal. "A AgroBrasília já é uma feira do Planalto Central, tem uma abrangência maior que um raio de 250km. Recebemos produtores de diversas regiões, inclusive de fora do país", conta.

O evento deste ano contará que novos atrativos, como seminários de vitinicultura e de mulheres do agro, com abordagem focada na importância da mídia social na carreira. A programação técnica da feira também será transmitida na página oficial da AgroBrasília no YouTube.

Este ano, também acontece o InovaAgroBrasilia para empresários, empreendedores e estudantes com ideias inovadoras sobre o controle biológico no combate a pragas agrícolas e a insetos transmissores de doenças por meio de inimigos naturais. O mecanismo funciona com o uso de insetos ou micro-organismos, como fungos, vírus e bactérias.

Coordenador do InovaAgroBrasília, Ricardo Araújo detalha: "A primeira fase contou com 13 startups inscritas, avaliados por 26 profissionais. Da primeira fase, sete foram classificadas para um processo de avaliação da viabilidade pecuarista".

Além disso, a Competição Cultivares, que completa 12 anos de prova, é o momento em que os agricultores podem avaliar o potencial produtivo de sementes, além de observar a qualidade de desenvolvimento da raiz e a variedade genética. A ação também serve para auxiliar na tomada de decisões para as próximas safras.

A feira é promovida pela Cooperativa Agropecuária da Região do DF (Coopa-DF), conta com o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), da Centrais de Abastecimento (Ceasa) e da Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seagri).