A Justiça do Distrito Federal condenou a mais de 35 anos de prisão a mulher acusada de liderar uma associação criminosa especializada em aplicar o golpe “Boa noite, Cinderela” em frequentadores de bares da capital para poder roubá-los. Outras quatro mulheres foram sentenciadas e, somadas as penas de todas, a condenação chega a 75 anos de prisão.
O grupo era liderado por Shirley Marinho da Silva, que, junto a Ana Cristina Moura Evangelista, Késsia Alves Pereira, Pâmella Marinho de Jesus e Larissa Vieira Silva, atraíam homens, os dopavam e roubavam os pertences das vítimas. No decorrer das investigações conduzidas pela 23ª Delegacia de Polícia (P Sul), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) constatou que os rapazes eram atraídos pelas criminosas com o convite de ingerirem bebidas alcoólicas.
Posteriormente, como parte do plano criminoso, as acusadas colocavam o medicamento Clonazepam na bebida das vítimas para dopá-las. A substância é mais conhecida como “Boa noite, Cinderela” e é responsável por inibir as funções do sistema nervoso central, causando um tipo de sedação e relaxamento muscular.
Segundo consta nos autos do processo, o grupo começou a agir em 2018 e permaneceu até abril de 2021, mês em que foram presos. Shirley foi apontada como a líder e encarregada de recrutar outras jovens dispostas à prática dos crimes, fornecendo o medicamento utilizado para dopar as vítimas e o roubo. As quatro mulheres foram denunciadas pelo Ministério Público do DF (MPDFT) por roubo qualificado, corrupção de menores e associação criminosa.
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Quem é quem no esquema
Como detalha o processo ao qual o Correio teve acesso, Shirley era a idealizadora do grupo e organizadora dos crimes. Késsia ficava encarregada de seduzir as vítimas em bares do DF. Segundo as investigações, ela teve participação em, ao menos, seis crimes. Assim como Késsia, Ana Cristina, Pâmella e Larissa atraíam os homens.
Já Gustavo Francisco, também integrante do grupo, ficava responsável pela segurança das denunciadas e transporte dos bens subtraídos em alguns crimes.
Em uma das empreitadas, praticada em 2018, os criminosos roubaram a arma de um policial militar e vários objetos da casa dele após dopá-lo. Em junho de 2019, um policial civil também foi vítima das mulheres. Ele teve a arma levada pelo grupo depois de ser drogado em um bar de Ceilândia.
Na decisão final, a Justiça decidiu condenar Shirley a uma pena de 35 anos e 2 meses de reclusão em regime inicial fechado. Ana Cristina recebeu 25 anos e 78 dias-multa; Késsia foi condenada a 30 anos e 4 meses; Pâmella, a 13 anos e 5 mese; e Larissa, a 7 anos e 2 meses.