A casa de Jéssica Dantas, 29 anos, aponta os vestígios da violência que a moradora do Itapoã vivenciou na noite desta terça-feira (10/9). A calçada em frente ao portão exibe marcas de sangue e, ao adentrar na residência, a violência torna-se pungente: grandes rastros de sangue, o pedaço de pano usado para estancar o ferimento após as facadas que ela levou do companheiro e uma poça densa, vermelha e seca na cozinha, perto da geladeira. Panelas e outros objetos revirados ficaram jogados pela casa.
Os vizinhos e amigos se dizem surpresos com o episódio que envolveu tamanha violência na tentativa de feminicídio. Amiga e vizinha Jéssica, que não terá a identidade revelada para sua proteção, detalhou à reportagem os momentos de tensão. "A gente começou a ouvir os pedidos de socorro, mas eu nunca poderia imaginar que vinha da Jéssica. Quando saí de casa, vi ela aqui na frente da calçada, segurando o pescoço, toda cheia de sangue. Foi uma cena de horror. Nunca tinha visto algo assim", lamenta.
Jéssica levou 15 facadas do companheiro, entre 21h e 21h30, sendo que quatro delas atingiram a região do pescoço. "Tudo isso aconteceu na frente dos filhos deles, que têm 7, 5 e 1 ano. O filho dela chegou a contar que ele bateu nela diversas vezes, batendo a cabeça dela contra a parede. Para ele deixar ela, a Jéssica precisou se fingir de morta", conta.
As crianças presenciaram a violência até o momento de fuga do pai, que deixou o local em uma bicicleta. Os vizinhos e pessoas que passavam pela rua interviram e afastaram os três filhos de Jéssica, para que não a vissem tão machucada. "Não queríamos que eles ficassem traumatizados. Ela (a vítima) já estava deitada na calçada, os olhos revirando. Eu ficava tentando conversar com ela para que ela não dormisse até os bombeiros chegarem", salienta.
Saiba Mais
A mulher recebeu golpes de faca no pescoço, tórax, rosto e braços. Jéssica foi encaminhada ao Hospital Regional do Paranoá (HRPa) em estado grave e passou por cirurgia. "Agora ela está no quarto, reclama muito de dor no abdômen e de dor nas costelas. Depois da cirurgia, precisou ser colocada no oxigênio, mas está se recuperando. O que a gente quer agora é justiça. Porque o que ele fez com ela não tem justificativa", afirma. A última vez que o acusado o acusado, 33 anos, foi visto foi em Sobradinho, onde tem familiares. Durante a madrugada e pela manhã, a polícia esteva nas ruas tentando localizá-lo.
Como pedir ajuda
- Ligue 190: Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Uma viatura é enviada imediatamente até o local. Serviço disponível 24h por dia, todos os dias. Ligação gratuita.
- Ligue 197: Polícia Civil do DF (PCDF).
E-mail: denuncia197@pcdf.df.gov.br
WhatsApp: (61) 98626-1197
Site: https://www.pcdf.df.gov.br/servicos/197/violencia-contra-mulher
- Ligue 180: Central de Atendimento à Mulher, canal da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres. Serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes, além de reclamações, sugestões e elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento. A denúncia pode ser feita de forma anônima, 24h por dia, todos os dias. Ligação gratuita.
- Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (Deam): funcionamento 24 horas por dia, todos os dias.
Deam 1: previne, reprime e investiga os crimes praticados contra a mulher em todo o DF, à exceção de Ceilândia.
Endereço: EQS 204/205, Asa Sul.
Telefones: 3207-6172 / 3207-6195 / 98362-5673
E-mail: deam_sa@pcdf.df.gov.br
Deam 2: previne, reprime e investiga crimes contra a mulher praticados em Ceilândia.
Endereço: St. M QNM 2, Ceilândia
Telefones: 3207-7391 / 3207-7408 / 3207-7438
- Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos
Whatsapp: (61) 99656-5008 - Canal 24h
- Secretaria da Mulher do DF
Whatsapp: (61) 99415-0635
- Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)
Promotorias nas regiões administrativas do DF
https://www.mpdft.mp.br/portal/index.php/promotorias-de-justica-nas-cidades
Núcleo de Gênero
Endereço: Eixo Monumental, Praça do Buriti, Lote 2, Sala 144, Sede do MPDFT
Telefones: 3343-6086 e 3343-9625
E-mail:pro-mulher@mpdft.mp.br
- Defensoria Pública do DF
Núcleo de Assistência Jurídica de Defesa da Mulher (Nudem)
Endereço: Fórum José Júlio Leal Fagundes, Setor de Múltiplas Atividades Sul, Trecho 3, Lotes 4/6, BL 4 Telefones: (061) 3103-1926 / 3103-1928 / 3103-1765
WhatsApp (61) 999359-0032
E-mail: najmulher@defensoria.df.gov.br
http://www.defensoria.df.gov.br/nucleos-de-assistencia-juridica/
- Núcleos do Pró-Vítima
- Ceilândia
End.: Shopping Popular de Ceilândia – Espaço na Hora
(61) 9 8314-0620 - Horário: 08:00 às 17:00 - Guará
End.: Lúcio Costa QELC Alpendre dos Jovens – Lúcio Costa
(61) 9 8314-0619 - Horário 08:00 às 17:00 - Paranoá
End.: Quadra 05, Conjunto 03, Área Especial D – Parque de Obras
(61) 9 8314-0622 - Horário: 08:00 às 17:00 - Planaltina
End.: Fórum Desembargador Lúcio Batista Arantes, 1º Andar, Salas 111/114
(61) 9 8314-0611 /3103-2405 - Horário: 12:00 às 19:00 - Recanto das Emas
End.: Estação da Cidadania – Céu das Artes, Quadra 113, Área Especial 01
61) 9 8314- 0613 - Horário:08:00 às 17:00 - Itapoã
End.: Praça dos Direitos, Quadra 203 – Del Lago II(61) 9 8314-063208:00 às 17:00
(61) 9 8314-0632 - Horário:08:00 às 17:00 - Taguatinga
End.: Administração Regional de Taguatinga – Espaço da Mulher – Praça do Relógio
(61)98314.0631
Site: https://www.sejus.df.gov.br/pro-vitima/ - Brasília
End.: Estação Rodoferroviária, Ala Norte, Sala 04 – Brasília/DF Contato: (61) 9 8314-0626 / 2104-4288 / 4289 Horário de funcionamento: 08:00 às 17:00
Além disso, a Secretaria de Justiça e Cidadania (SEJUS), conta com o número, o 125, para receber denúncias de violação de direitos de crianças e adolescentes no Distrito Federal. A ligação é gratuita e o serviço é realizado pela Coordenação do Sistema de Denúncias de Violação dos Direitos da Criança e do Adolescente – CISDECA.