A Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) divulgou, ontem, os resultados da mais recente Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad). Pela primeira vez, o levantamento apresentou informações sobre temas como identidade de gênero e orientação sexual da população maior de 18 anos, presença de animais em domicílio e insegurança alimentar (leia Novos dados). Os indicadores fazem referência ao ano passado, e a edição anterior foi publicada em 2018.
Os entrevistadores visitaram 100 mil domicílios das 33 regiões administrativas do DF, dos quais 31 mil parte da pesquisa. Cada integrante desses lares — com 2,6 moradores, em média — respondeu ao questionário, o que levou a um total superior a 80 mil participantes. Presente ao evento de lançamento da Pdad, o governador Ibaneis Rocha (MDB) afirmou que os números serão importantes para guiar as ações do governo. "A melhor maneira de não errar quando se propõem políticas públicas é, exatamente, tendo uma coleta perfeita dos dados, para que se possa avaliar quais delas devem ser aplicadas à população", declarou.
Diretora de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan, Clarissa Schlabitz ratificou a fala do governador e acrescentou que a divisão das cidades por renda — alta, média-alta, média-baixa e baixa — leva a um diagnóstico melhor do cenário populacional do DF. "A partir do momento em que identificamos as diferenças entre as regiões administrativas, é possível focalizar melhor as políticas públicas", destacou.
O presidente da Codeplan, Jean Lima lembrou que a pesquisa mostrou mudanças significativas nos hábitos da população. "Observamos uma demanda maior pelos serviços públicos, principalmente na área da saúde — em decorrência da pandemia — e também na parte de mobilidade", comentou.
Detalhamento
O estudo tem publicação bianual e estava programado para ser divulgado em 2020. No entanto, a crise sanitária adiou os planos. Entre os resultados, chama atenção a quantidade de domicílios em situação de insegurança alimentar. Em mais de um quinto dos lares do DF (21,6%), algum morador deixou de fazer uma refeição por falta de recurso físico, social ou econômico. Os dados correspondem a um período de até três meses antes da entrevista. As visitas ocorreram entre 5 de maio e 22 de dezembro de 2021.
Para analisar as informações sobre identidade de gênero, os pesquisadores fizeram um cruzamento de dados: o sexo dos entrevistado com base no informado na certidão de nascimento e a resposta dada na entrevista. Nesse caso, 1% da população é transgênero. Quanto à orientação sexual, 3% são lésbicas, gays, bissexuais ou outros, enquanto 3,8% se denominaram LGBTQIA .
Sobre a presença de animais de estimação em casa, a Pdad 2021 mostrou que praticamente metade da população brasiliense (49,7%) tem algum pet. Por espécie, os cachorros assumiram a liderança e estão em quase 42% dos domicílios. Além disso, o levantamento destaca que 12,5% dos moradores da capital federal são tutores de quatro ou mais bichos.
*Estagiário sob a supervisão
de Jéssica Eufrásio