Um homem, 49 anos, foi preso, nesta segunda-feira (30/5), por estupro de vulnerável contra as duas enteadas e a própria filha. As meninas têm 13, 10 e 2 anos, respectivamente. A prisão do acusado ocorreu após as vítimas terem contado na escola os abusos sofridos. O caso foi encaminhado ao Conselho Tutelar e à Polícia Civil do Distrito Federal.
Segundo a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher II (Deam II), responsável pelas investigações, o homem ameaçava as enteadas de morte para que elas aceitassem os atos libidinosos e ficassem em silêncio. Inclusive, as vítimas relataram que o padrasto chegou a usar um facão em algumas ocasiões em que as meninas resistiram.
Saiba Mais
A polícia contou que as enteadas consideravam o homem como um pai, inclusive o chamando assim. O criminoso estava há cerca de sete anos com a mãe das meninas. Segundo os relatos das vítimas mais velhas, os abusos ocorriam desde 2016, tendo iniciado quando um tinha 8 anos e a outra, apenas 6 anos.
Uma das meninas disse também à polícia que viu o padrasto molestar a própria filha quando a bebê tinha apenas 1 ano de idade. Na ocasião, ele teria encostado nas partes íntimas dele nas da bebê, que estava sem a fralda. A enteada contou que interveio para socorrer a irmã mais nova, pegando-a do colo do padrasto.
Ao Correio, a delegada-chefe adjunta Karina Duarte, da Deam II, destacou que o fato foi levado ao conhecimento da polícia há cerca de um mês. “A gente estava tomando as providências para instruir o inquérito, para colher provas e para que a gente conseguisse a prisão preventiva dele”, pontuou a delegada.
O padastro é acusado de estupro de vulnerável, já que todas as crianças têm menos de 14 anos. A delegada explicou que, para ter o estupro, não precisa necessariamente que tenha a conjunção carnal. “Para ter o estupro, basta qualquer ato libidinoso, que foi o que aconteceu com as três”, ressaltou Karina. O homem afirmou em depoimento que chegou a consumar o ato com uma das enteadas, além de confessar os demais abusos cometidos em relação à elas. No entanto, ele negou os crimes em relação à bebê.
Denúncias
Ao retornar para as aulas, a enteada mais velha contou, na escola, os abusos que o padrasto fazia em relação a ela própria, sem mencionar o que ocorria com a irmã. “Ela não falou da situação da irmã, pois não sabia que ela também era molestada”, comentou a delegada. Quatro dias depois do registro do boletim de ocorrência, a mãe das meninas conversou com elas e, então, a vítima de 10 anos também falou na escola que era abusada. As irmãs estudavam em colégios diferentes.
A menina de 10 anos contou também que sabia dos abusos sofridos pela irmã mais velha. Segundo a Deam II, os atos aconteciam quando elas estavam no quarto, já recolhidas para dormir. Enquanto era molestada, a mais velha achava que a irmã não via nada e que ela estava dormindo. No entanto, a mais nova via a irmã sendo abusada e não fazia nada por sentir medo.
A delegada Karen ressaltou a importância da escola e das aulas presenciais como possibilidade para que essas crianças denunciem e se sintam seguras. “Elas não frequentaram as aulas nos últimos dois anos por conta da pandemia e agora que elas voltaram. Há poucos meses que elas tiveram condições de se sentirem seguras para falar”, destacou. “Isso mostra como realmente a escola, mais do que um local de ensino formal, é um local de proteção e de acolhimento das crianças e é o local em que elas se sentem seguras para poder, inclusive, revelar esses atos mais horrendos que acontecem até mesmo dentro de casa”, concluiu Karen.
Saiba Mais
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.