OPERAÇÃO Accipientis

Policiais penais são investigados por beneficiar presos do mensalão

Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) cumpriu 13 mandados de busca e apreensão nas casas dos servidores. A suspeita é de que os policiais tenham beneficiado presos entre 2014 e 2016

Darcianne Diogo
postado em 27/05/2022 10:26 / atualizado em 27/05/2022 10:43
 (crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)
(crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)

Policiais civis da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) cumpriram, nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira (27/5), 13 mandados de busca e apreensão em residências de policiais penais do Distrito Federal. Os servidores trabalharam no sistema prisional entre 2014 e 2016 e são investigados por beneficiar presos da Ação Penal 470 — processo judicial que julgou no Supremo Tribunal Federal (STF) o escândalo do mensalão no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva —, em troca de dinheiro.

As investigações mostraram que os policiais estiveram no Complexo Penitenciário da Papuda no mesmo período em que os chamados "mensaleiros" estiveram detidos. Além de vantagens financeiras, constatou-se que os servidores também eram agraciados com vantagens políticas.

De acordo com a PCDF, entre os prováveis recebimentos em apuração, encontra-se a aquisição pelos policiais penais de terrenos com dinheiro de supostamente "propinas" recebidas por eles. Os imóveis teriam sido adquiridos por meio de pessoas jurídicas. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Riacho Fundo, Samambaia, Recanto das Emas, Gama, Paranoá e Águas Claras.

A operação recebeu o nome de Accipientis, que significa recebedor em latim, e contou com a participação de cerca de 80 policiais, entre delegados, escrivães e agentes de polícia.

O objetivo da operação é, por meio das buscas, colher mais elementos de provas para instruir as investigações.

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