O encerramento da exposição Brasília 61 1 anos de história, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) foi marcado com a presença de 23 embaixatrizes e embaixadores do corpo diplomático atuante em Brasília. Sucesso de público, a mostra contou 62 com painéis que contam a história de Brasília e dos brasilienses em capas do Correio Braziliense nas datas de aniversário da cidade.
Embaixador da Itália no Brasil desde 7 de janeiro de 2020, Francesco Azzarello tem uma relação de carinho com a cidade e com o jornal. "Para o aniversário de Brasília, o Correio fez uma grande cobertura, e a exposição é um testemunho muito importante porque o jornal dá espaço para gente comum também, não somente às pessoas conhecidas", opina o diplomata. Francesco ressalta a arquitetura modernista de Brasília como outro destaque nas páginas do Correio, além da questão humanista. "Temos a capital do futuro", descreve.
Se o italiano cita a relação de pessoas comuns nas capas do Correio, o embaixador do Gabão, Jacques Michel Moudoute-Bell, afirma que Brasília é um local agradável de se viver e acompanhar as notícias do Correio. "Uma exposição como essa, mostra a relevância do jornal para a cidade, onde eu vivo desde 2015, e percebo essa identidade (do veículo) com as pessoas, os locais e personalidades mostradas nas capas", conclui o diplomata.
Para a embaixadora da Venezuela, María Teresa Belandria, a primeira capa, de 21 de abril de 1960, foi a que chamou mais a atenção, pois relatou os fatos da cidade antes mesmo da fundação do jornal, editado em Londres a partir de 1808, por Hipólito José da Costa. "É interessante, porque conta os 187 anos de antes da fundação (da cidade e do jornal), o que eu não conhecia, pois nas páginas do Correio estão a história dos escravos e a luta pela independência brasileira, o que foi um impacto para mim", analisa.
No cargo desde 9 de fevereiro de 2019, María diz ler o Correio todos os dias, principalmente nas redes sociais, por onde também acompanhou os quatro últimos aniversários da cidade. "Se você mora aqui, vê que o Correio Braziliense acompanha tudo que está acontecendo, não somente a política, mas a vida da cidade", analisa.
O editor de política do jornal, Carlos Alexandre de Souza, resumiu a ordem cronológica da exposição aos convidados. Carlos Alexandre ressalta que a história do jornal, naturalmente, se confunde com a capital da República. "Gosto muito de uma capa dos anos 2000, que fala "Eu, tu, ele, nós amamos Brasília", além de outra capa também com a participação do Maurício de Souza, em que ele desenhou com a Turma da Mônica", detalha.
O jornalista observa que, nos anos 2000, os brasilienses passaram a estar com maior frequência nas capas do jornal. "O brasiliense comum mesmo, do dia a dia, apareceu mais, o que reforçou uma característica acolhedora", avalia.
Vice-presidente do jornal, Guilherme Augusto Machado tem apreço especial pela primeira capa do Correio, de 21 de abril de 1960. "Como o Correio Braziliense, com suas capas, conta toda a história de Brasília e do Brasil, elas são emocionantes, destacam política, celebridades, de Copa do Mundo, mas essa primeira data é mais especial, porque foi quando nasceu Brasília, o Correio e a TV Brasília", contextualiza.
Emocionado com a exposição, o embaixador da Áustria, Stefen Scholz, contou à reportagem que vai celebrar, em 1º de setembro, os 50 anos da chegada da representação a Brasília, cidade na qual ele diz ter forte ligação. "Nós viemos em 1974, depois de inaugurarem o Itamaraty (em 1970) e o Palácio do Planalto (em 1960), instituições importantes para nós. Então, é um momento muito especial estar nesta exposição marcante de uma cidade com fauna e flora forte, além da presença importante de Brasília no cinema internacional", comenta o diplomata.
Memória
A exposição durou 32 dias no CCBB, e recebeu a visita de vários tipos de públicos, desde crianças, estudantes, autoridades e moradores da capital que relataram o elo afetivo com as capas. No evento de abertura, em 25 de abril, várias personalidades de Brasília marcaram presença, como o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Recentemente, em 19 de maio, foi a vez das 190 crianças, de 6 a 15 anos atendidas pela Legião da Boa Vontade (LBV), de visitarem a exposição.
Depois de ouvirem histórias sobre a construção de Brasília, cada criança recebeu uma réplica da capa do jornal para criar as próprias matérias e desenhos sobre o que sonham para a cidade nos próximos anos. Ao final, elas levaram para casa a o próprio jornal em forma de lembrança. Algumas edições contaram com um QR Code que levou os visitantes diretamente às histórias de marcas brasilienses que nasceram na cidade e cresceram com ela.
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