Em menos de 15 dias, duas mulheres foram mortas e encontradas carbonizadas no Distrito Federal. Os corpos foram encontrados em Samambaia, em 7 de maio, e, o outro, em Taguatinga Norte, próximo à BR-70, na última quarta-feira (18/5). Brenda Pinheiro da Silva, 26 anos, e Marina Paz, 30, foram brutalmente assassinadas. Além desses dois crimes, a Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF) contabilizou quatro casos feminicídios neste ano. O número é 50% menor que o registrado no mesmo período de 2021, quando foram confirmados oito feminicídios.
“A Marina gostava de viver. Viver enquanto se tem vida, era o lema dela”, conta a irmã de Marina Paz Katriny, Rosimeire. Mais nova de seis irmãs, a jovem veio para o DF há seis anos em busca de mais oportunidades. Na última quarta-feira (18/5), a mulher foi encontrada morta e com o corpo parcialmente carbonizado, na BR-070, em Taguatinga Norte.
Ontem, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu o suspeito de matar a mulher. Wallace Eduardo, 34, era namorado da vítima e será indiciado por feminicídio qualificado. De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Mauro Aguiar, da 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte), durante o interrogatório, Wallace confessou que matou a namorada e detalhou o crime. “Ele nos levou ao local e, inclusive, mostrou a pedra que usou para matar a vitima”, contou o delegado. O objeto foi apreendido ainda com sangue de Marina.
Os dois tinham um relacionamento de cinco meses, bastante conturbado, de acordo com o investigador. Na DP, Wallace alegou que era humilhado pela namorada e, no dia do crime, após ingerirem bebida alcoólica e usarem cocaína, eles discutiram. Segundo Mauro Aguiar, o acusado disse que Marina "entrou na mente dele", e foi quando ele pegou a pedra e a acertou.
Ao Correio, Rosimeire Paz confirmou que o relacionamento dos dois era conturbado. “Eu cheguei a conhecer esse último namorado. Ele era muito possessivo, tinha muitos ciúmes porque ela sempre teve amizade, sempre gostou de sair com os amigos”, disse. Além disso, segundo a irmã, há cerca de um mês Marina perdeu um bebê de quatro semanas e ainda estava se recuperando. O corpo da vítima foi sepultado na manhã do último domingo (22/5), em Rio Branco, no Acre, onde Marina nasceu. Ela veio para o DF em 2016, com uma tia, para tentar uma vida melhor.
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Assassinato em investigação
O corpo de Brenda Pinheiro da Silva, 26 anos, foi encontrado ainda em chamas em um matagal, no Parque Gatumé, em Samambaia, em 7 de maio. A vítima estava sem roupas, e foi jogada em uma região afastada. Ela morava com a mãe no Recanto das Emas e estava desaparecida há quatro dias.
De acordo com os investigadores da 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia), Brenda tinha ferimentos de pelo menos 22 facadas. Os policiais acreditam que a mulher possa ter sido estuprada antes de ser assassinada e ter o corpo queimado. Toda a parte inferior do corpo da mulher estava completamente carbonizada, indicando que o fogo teria começado pelas pernas.
De acordo com a tia da jovem, Alice Pinheiro, 39, Brenda deixa três filhos, entre 10 e 3 anos, que moram com o pai também no Distrito Federal. Alice disse ao Correio que a família ainda espera por justiça. “Foi um crime muito brutal e essas pessoas não podem continuar andando por aí como se não tivessem feito nada. Prender não vai trazer ela de volta, mas queremos justiça”, afirmou. Nenhum suspeito foi preso e a 26ª DP segue investigando o caso.
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