AGROBRASÍLIA

Volume de negócios deve dobrar

Depois de dois anos sem eventos presenciais, a expectativa para as vendas dos maquinários tecnológicos nos estandes da maior feira agropecuária do Centro-Oeste é de otimismo. A tecnologia é um dos destaques desta edição

Edis Henrique Peres
postado em 20/05/2022 00:01 / atualizado em 20/05/2022 07:23
 19/05/2022. Crédito: Ed Alves/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Cidades. Terceiro dia do Agro Brasilia 2022. Na foto Marcio Cordeiro Campos.  -  (crédito:  Ed Alves/CB)
19/05/2022. Crédito: Ed Alves/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Cidades. Terceiro dia do Agro Brasilia 2022. Na foto Marcio Cordeiro Campos. - (crédito: Ed Alves/CB)

A feira AgroBrasília apresenta aos visitantes as inovações tecnológicas e dos maquinários que otimizam o trabalho no campo e garantem ao setor de tratores e máquinas agrícolas um contato direto com o produtor. O segmento vem otimista desde o fim do ano passado, e, em fevereiro deste ano, em nível nacional, apresentou um aumento de 29,5% das vendas em relação a 2021. Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Na avaliação do gerente comercial da SM Tratores, Giovani Moreira, a busca do produtor é principalmente por produzir mais em menos área, o que é otimizado com as novas tecnologias. Com a feira, o otimismo do setor aumenta, e o gerente confessa: "a expectativa da SM é aumentar 100% dos negócios fechados em relação a 2019 (último ano de feira presencial)".

Sobre a mudança do perfil do produtor, que busca por mais tecnologia, Giovania defende que foi uma mudança que ocorreu vinda principalmente da nova geração. "O filho do produtor deixou a propriedade em busca de cursos e aperfeiçoamento e quando voltou trouxe essa necessidade pela busca maior de inovação. Ele mudou a mentalidade do núcleo familiar e demonstrou os benefícios que esse avanço pode trazer. A tendência é justamente que esse perfil do produtor continue nesta sede por inovação", opina.

  • 19/05/2022. Crédito: Ed Alves/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Cidades. Terceiro dia do Agro Brasilia 2022. Na foto Marcio Cordeiro Campos. Ed Alves/CB
  • 18/05/2022. Crédito: Ed Alves/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Cidades. Segundo dia da Agrao Brasilia 2022. Ed Alves/CB
  • 18/05/2022. Crédito: Ed Alves/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Cidades. Segundo dia da Agrao Brasilia 2022. Ed Alves/CB
  • 18/05/2022. Crédito: Ed Alves/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Cidades. Segundo dia da Agrao Brasilia 2022. Ed Alves/CB
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  • 18/05/2022. Crédito: Ed Alves/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Cidades. Segundo dia da Agrao Brasilia 2022. Ed Alves/CB
  • 18/05/2022. Crédito: Ed Alves/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Cidades. Segundo dia da Agrao Brasilia 2022. Ed Alves/CB

O gerente comercial aponta que embora o valor agregado dos equipamentos tenha aumentado, a qualidade cresceu. "O maquinário evoluiu muito e o produtor estava com saudade de vir presencialmente, olhar olho no olho, subir no maquinário. Hoje, temos um grande destaque para a nossa plantadeira, de distribuição de semente, que é a sensação. E esse combo de tecnologia melhor, sementes, adubo e maquinário oferece retorno ao produtor. Áreas que antes produziam 35 a 40 sacas, conseguem entregar até 85, a depender do cultivo. Além disso, o sistema motor está mais inteligente, economiza combustível, consegue reconhecer quando a máquina está fazendo um maior esforço para mandar mais combustível e quando pode diminuir esse fluxo", ressalta. O valor de investimento no maquinário, no estande do SM tratores, varia entre R$ 240 mil a R$ 3,3 milhões.

Um dos produtores que fechou negócio ontem foi Márcio Cordeiro, da fazenda Ouro Verde, de Unaí. "Já visitei a AgroBrasília outras vezes e está muito boa essa edição, todo mundo estava sentindo falta disso aqui. A máquina que comprei é para adubação, principalmente porque a tecnologia chega e a gente precisa acompanhar, não dá para ficar para trás", afirma.

Saúde do solo

 

O momento de escolher a quantidade de adubo necessário para o solo é decisivo para a produtividade da lavoura e cada vez mais os produtores investem em tecnologias que auxiliam nessa tomada de decisão. O aplicativo PamNutri, da AgriChem, é um exemplo das inovações da área apresentada na Feira AgroBrasília. Na avaliação do diretor comercial da Nutri, Luis Roberto Arruda, a principal mudança "é que não plantamos como há 30 anos, na época de nossos pais e avós, o produtor hoje busca inovação e alta funcionalidade", opina.

"O tema do momento é a biotecnologia e a adubação, principalmente em um período como esse, em que o preço dos insumos subiu muito. O nosso aplicativo funciona realizando um diagnóstico do que o solo precisa através de uma amostragem de cada talhão. Através dessa análise, o PamNutri avalia se a deficiência do local é em fósforo, ferro ou algum outro nutriente. Dessa forma, no lugar de adubar a terra com uma fórmula genérica, o produtor pode trabalhar com a necessidade específica daquela cultura", explica.

Luis destaca que também é feita uma análise, "como se fosse um exame de sangue da própria folha da planta, que avalia a saúde dela, quais nutrientes tem em excesso e o que falta". O especialista esclarece que o aplicativo, para determinar a quantidade de fertilizantes que deve ser usado, leva em consideração em alguns fatores que são informados pelo produtor. "A pessoa vai informar o espaço de plantio e a cultura específica que será plantada, além do quanto que o produtor quer colher. Isso tudo influencia na intervenção que será necessária no solo. Mas o que acho mais interessante é que, muitas vezes, nem mesmo é preciso adubar a terra, ou a falta dos nutrientes é pequena, devido a carga que o próprio solo retém de outras intervenções do produtor", salienta.

O gerente geral do grupo Vilas Boas, Vanderli Fernandes Silva, de Unaí, conta que a fazenda implantou o PamNutri há cerca de 12 anos. "Qualquer compra que fazemos é em cima do que o aplicativo direciona que está precisando. Na fazenda plantamos soja, milho e café, além de outras culturas. A principal mudança que percebo é que antes usávamos 252kg de MAP (veja glossário) e agora chegamos a utilizar somente 100kg, porque sabemos aproveitar o que o solo já possui. O aplicativo mostra como investir da melhor forma. Com 100 kg de MAPs, a fazenda produz 55 a 60 sacas de feijão", comemora.

 

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