A Associação de Solidariedade e pela Autodeterminação do Povo Saaraui (Asaaraui) promove, em parceria com a Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), um ato em comemoração aos 49 anos de fundação da Frente Polisário, a Frente Popular para a Libertação de Saguia Hamra e Rio de Oro. O movimento social luta, desde 1973, pela independência do território norte-africano do Saara Ocidental, ainda não reconhecido mundialmente como país-integrante da União Africana. O encontro está marcado para hoje, às 19h, no auditório da Central Única dos Trabalhadores (CUT-DF), no Edifício Venâncio V.
No mesmo ato, será lançado o livro República Árabe Saaraui Democrática — A última colônia na África, de autoria do embaixador do território, Emboirik Ahmed, e do jornalista Hélio Doyle. A obra apresenta um relato detalhado sobre a situação atual do Saara Ocidental, que tem cerca de 80% da área cercada pelo Oceano Atlântico e pelo deserto do Saara. A região está sob domínio do Marrocos desde a década de 1970 e é a única do continente africano ocupada por outra nação.
Para a presidente da Asaaraui, María José Maninha, o ato e o lançamento do livro são importantes para que a população brasileira tome conhecimento da situação de quem vive no Saara Ocidental. "Hoje, há um muro com mais de 2 mil quilômetros de extensão que separa as terras saarauis ocupadas ilegalmente pelo Marrocos. E, em cima desse muro, militares vigiam o dia inteiro. A população está cercada, não pode sair sem que o governo marroquino permita e não pode atravessar para o lado do deserto, onde vivem refugiados acampados em cabanas. É uma situação de sobrevivência dramática", detalha.
A associação atua não só simbolicamente, por meio da divulgação desse conflito, mas com planejamento de medidas solidárias que fortaleçam a rede de apoio ao Saara Ocidental. A Asaaraui foi fundada em 2018, em Brasília, por representantes de movimentos sociais e de entidades dedicadas à promoção da luta contra a ocupação marroquina na região e contra as violações dos direitos humanos nesse território. "Estamos organizando, para o ano que vem, uma caravana com médicos, enfermeiros e outros profissionais que queiram ajudar a levar solidariedade e assistência ao povo Saaraui", acrescenta María José.
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