Considerado um dos maiores traficantes de cocaína do Distrito Federal e preso em uma megaoperação do Ministério Público (MPDFT) e da Polícia Civil (PCDF) desencadeada na quarta-feira (4/5), Gilberto Ribeiro Cardoso responde pelo assassinato de Israel Gonçalves Silva, 20, mais conhecido como “Bagdá” e integrante da facção Comboio do Cão, executado a tiros na madrugada de 26 de julho de 2020.
Bagdá, por sua vez, foi identificado como um dos responsáveis pela morte do dono da Boate Dubai Show, na QS 516 de Samambaia, em 16 de maio de 2020.
Gilberto e outras 19 pessoas foram presas no âmbito da operação Sistema. Ele e o irmão, Gilmar Lopes, eram conhecidos como os “Irmãos do pó” e, segundo as investigações, aliados a Stefânio do Vale (o “Rei da Telebrasília”) financiavam, transportavam, armazenavam e distribuíam quilos de cocaína para o Centro-Oeste. Estima-se que a organização criminosa tenha lucrado, ao menos, R$ 10,4 milhões em três anos.
Durante a operação Sistema, foram cumpridos 60 mandados de busca e apreensão nas casas dos investigados. Nos endereços, os policiais apreenderam armas, carros luxuosos, incluindo duas Porches, cinco jet skis, motocicletas e R$ 10 mil. Gilberto e Gilmar integravam a organização criminosa e mantinham cargo importante na quadrilha.
Após buscas processuais, o Correio localizou uma sentença de 4 de março deste ano assinada pelo juiz Fabrício Castagna Lunardi contra Gilberto e um homem por nome de Manoel Junio Rodrigues do Nascimento. Gilberto foi qualificado pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe contra Israel Gonçalves. Além disso, ele responde também por posse irregular de arma de fogo de uso permitido, uma vez que é registrado como caçador, atirador e colecionador (CAC).
Histórico de assassinatos
Dois meses antes de morrer, Bagdá matou dois homens em Samambaia, em 13 de maio de 2020. Três dias depois, foi responsável pelo assassinato do dono da boate Dubai Show, de 33 anos, e outro rapaz, na QS 516. O crime ocorreu na noite de 16 de de maio de 2020 em frente ao estabelecimento. Segundo as investigações, Israel passou em frente ao bar correndo e efetuou diversos disparos contra a vítima.
À época, a Polícia Civil chegou a divulgar as imagens de Bagdá para auxiliar nas investigações, mas em julho Bagdá foi executado a tiros também em Samambaia, após ocupantes de um carro passarem atirando em direção a ele, que estava em outro veículo. Com Bagdá, a polícia encontrou um revólver calibre.38 com seis munições. No automóvel havia também uma pistola sem munição e um carregador de 9mm com 12 munições.
Gilberto tornou-se réu pelo homicídio de Bagdá e, como consta nos autos do processo, o ataque teria relação com uma espécie de “guerra”, que envolve grupos rivais. No dia do crime. Israel teria a pretensão de matar João Lucas Santos após suspeitar do envolvimento dele na morte do irmão, Samuel Gonçalves Silva — também vítima de homicídio.
Bagdá, então, passou a seguir o rival próximo a um bar e, logo depois, efetuou tiros contra ele. Gilberto, ao ver a situação, revidou o ataque e atirou contra Israel. Após ser atingido, ele ainda tentou fugir, mas foi perseguido e baleado novamente por diversas vezes, mesmo já caído ao chão.
Gilberto fugiu do local em uma Porsche, dirigida por Manoel Júnior. Segundo a denúncia oferecida pelo MPDFT, Manoel auxiliou o criminoso a escapar da polícia. Dessa forma, a Justiça pronunciou Gilberto como réu, qualificado por homicídio qualificado, a fim de que seja julgado. Manoel foi qualificado por favorecimento pessoal.
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