A temática de segurança pública é uma das principais abordagens nas eleições de outubro. Visando o pleito, o pré-candidato a deputado federal Coronel Charles Magalhães (PSD) pontuou problemas e soluções para diminuir a violência no DF, nessa terça-feira (3/5), em entrevista ao CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília. Segundo o policial militar, "há uma mudança na modalidade de crimes, dos anos 1990 para hoje, por exemplo", disse, ao jornalista Vicente Nunes.
Quando crimes violentos, como o ataque ao repórter Gabriel Luiz, no Sudoeste, atinge áreas nobres, significa que a violência saiu do controle? Isso tem relação com educação e renda?
Na realidade, o DF tem sido, com o aumento populacional, acometido por muitos crimes. Há uma mudança na modalidade de crimes, dos anos 1990 para hoje, por exemplo. Bato muito na tecla da necessidade de trabalhar no nascedouro da criminalidade, relacionada ao uso das drogas. É preciso que as autoridades policiais estejam focadas na questão do combate ao tráfico, como criar leis federais eficazes e eficientes de se promover a possibilidade dessas pessoas, que ingressam no mundo das drogas, possam ser desestimuladas, com o esporte e o lazer, por exemplo. É uma semente para o futuro. Com certeza, tem a ver com renda, também. O cometimento do furto famélico aumentou. Quem durante a pandemia não tinha como prover seu sustento entrava no supermercado às escuras e levava um quilo de arroz e feijão.
O latrocínio cresceu muito no DF. Como combater isso?
Na realidade, os crimes de homicídio e latrocínio que, por mais que haja a presença do policial nas ruas, quando uma pessoa quer matar outra, mata. Quando quer assaltar, ela faz isso, e é difícil de a polícia preventiva agir. Nem o policiamento ostensivo resolve isso. Hoje, a polícia tem 10 mil homens e há uma evasão, devido à aposentadoria, uma vez que as pessoas que fazem concurso buscam salários mais atrativos. Isso torna difícil a recomposição.
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Vemos cada vez mais policiais aposentados atirando em todo mundo. Na segunda-feira, um agente federal entrou em um supermercado e disparou a arma. Qual a análise do senhor?
É um fato isolado, mas tem acontecido, e não vamos generalizar profissionais sérios e responsáveis. É a mesma coisa de discutirmos o armamento, o fato de ter mais pessoas armadas nas ruas significa mais criminalidade? Não. O bandido age contra o cidadão porque sabe que está desarmado. Sou a favor de armar a população. Não é tão simples adquirir armas, existe todo um critério. Se passa por um treinamento para comprovar que há habilidade e conhecimento técnico, e procedimentos psicológicos que avaliam. Não é qualquer cidadão que deve estar armado, mas, sim, o cidadão de bem.
O senhor tem alguma proposta para combater o feminicídio?
Deve haver a conscientização do homem de que a mulher não é objeto, nem propriedade. Isso deve ser desde pequeno. A estrutura educacional do Brasil tem que mudar, e as leis também. O feminicídio existe em vários fatores sociais, e um deles está ligado à questão comportamental da mulher, que tolera uma, duas, três vezes e, cada vez que é tolerado algo contra ela, é alimentada a possibilidade de ela ser morta. Por isso, é importante que haja leis federais que garantam que as mulheres tenham os mesmos espaços na sociedade que os homens.
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O presidente é muito alinhado com as forças de segurança. Essa proximidade traz alguma vantagem na segurança?
Já há uma mudança conceitual. Nos últimos 20 anos, tivemos mudanças na inversão de valores. Fui presidente da Secretaria Nacional de Direitos Humanos Partidária, e defendíamos que os primeiros a ter direitos humanos são os policiais. Isso mudou depois da assunção do presidente Bolsonaro porque, como militar e com a filosofia de direita, há um senso de justiça muito mais apurado do que anteriormente. Vejo que o Brasil está no caminho certo nesse aspecto. E a valorização dos profissionais que arriscam a vida em prol da sociedade, de quem não conhece. Saímos para a rua e não sabemos se voltaremos.
A polícia do DF está perdendo a guerra contra o crime?
Jamais, sempre vai prevalecer sobre o mal. As nossas instituições policiais são muito bem preparadas. Acho que precisa melhorar nos equipamentos e na valorização dos próprios policiais. Temos muitos policiais endividados por causa do percentual que incide sobre o atendimento de saúde dos familiares, que deve ser corrigido em uma decisão do Tribunal de Contas do DF, mas que precisa de uma intervenção dos políticos, do próprio governador. Existem alguns anseios nas instituições, e o principal é o aumento diferenciado e outras coisas que os policiais precisam, como o exemplo de um policial conseguir o porte de arma na reserva.
A PMDF vai toda com Bolsonaro nas eleições presidenciais?
99,9%, sim.
*Estagiário sob a supervisão de Guilherme Marinho
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