O delegado-chefe da 35ª Delegacia de Polícia (Sobradinho 2) e vereador, Laércio Carvalho, é investigado pelo crime de violação do sigilo profissional. Na manhã desta terça-feira (3/5), promotores do Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (Ncap) e policiais da Corregedoria da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) cumpriram mandados na unidade policial e na casa do investigador.
Durante as buscas, as equipes apreenderam eletrônicos, como computadores e celulares. O crime de violação do sigilo profissional ocorre quando um funcionário público revela algum fato que deva permanecer em segredo.
O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) se posicionou por meio de nota e informou que a investigação corre em sigilo e, por esse motivo, não pode se manifestar.
Procurado pelo Correio, o delegado Laércio explicou que "se trata de uma situação simples onde o MP me acusa sem qualquer fundamento de violação de sigilo funcional". "Há um ano atrás, uma repórter procurou por um vítima de estupro para ouvir a versão da mesma. Não tenho ideia de quem informou o endereço dessa vítima, mas o MPDFT alega e me acusa sem provas de ter fornecido tal endereço. Baseado nessa criação, fizeram buscas na minha casa e no meu local de trabalho", defende o delegado.
Em nota oficial, o Sindicato dos Delegados de Polícia do DF (Sindepo) esclareceu que a conduta imputada ao delegado Laércio é considerada pelo ordenamento jurídico brasileiro como infração de menor potencial ofensivo. "É certo que nos dias de hoje, é raríssimo o deferimento de busca e apreensão domiciliar no curso das investigações dessa natureza. Desse modo, chama a atenção e causa preocupação a execução de tal medida, como noticiado, contra uma Autoridade Policial por infração de menor potencial ofensivo [...]".
O sindicato ressaltou, ainda, que acompanhará a apuração do procedimento investigatório visando combater eventuais excessos, à luz inclusive da nova Lei de Abuso de Autoridade. "Esclarecemos que defendemos sempre o cumprimento da legislação em vigor e a punição de infratores, sejam eles quem forem", finalizou.
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