Intolerância

Terreiros protestam contra racismo religioso em Águas Lindas de Goiás

Grupo se reunirá em frente à prefeitura municipal às 15h. Ato reivindica episódio de violência recente, em que loja afro-religiosa foi invadida e depredada por uma pessoa que se dizia "cristã"

Correio Braziliense
postado em 02/05/2022 14:24 / atualizado em 02/05/2022 15:44
Terreiros de Candomblé e Umbanda organizam, nesta segunda-feira (?), a 1ª Marcha do Povo de Axé em Águas Lindas de Goiás -  (crédito: Adi Spezia/Reprodução)
Terreiros de Candomblé e Umbanda organizam, nesta segunda-feira (?), a 1ª Marcha do Povo de Axé em Águas Lindas de Goiás - (crédito: Adi Spezia/Reprodução)

Terreiros de candomblé e umbanda organizam, nesta segunda-feira (2), a 1ª Marcha do Povo de Axé em Águas Lindas de Goiás, município localizado a 50km de Brasília. O protesto acontece depois de episódio recente de intolerância religiosa na cidade. O grupo se concentrará, às 15h, na prefeitura municipal, e passará pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) e pela Câmara Municipal de Águas Lindas.

 

  • Terreiros de Candomblé e Umbanda organizam, nesta segunda-feira (?), a 1ª Marcha do Povo de Axé em Águas Lindas de Goiás Adi Spezia/Reprodução
  • Líder do Terreiro Sol do Oriente, Yalorixá Mãe Beth de Iansã explica que a caminhada acontece em um momento de aumento dos casos de violência contra a comunidade de Terreiro. Adi Spezia/Reprodução
  • No último dia 21 de março, a loja Iansã Ilê, de materiais afroreligiosos, foi invadida e depredada por uma pessoa que se dizia "cristã" Adi Spezia/Reprodução
  • Terreiros de Candomblé e Umbanda organizam, nesta segunda-feira (?), a 1ª Marcha do Povo de Axé em Águas Lindas de Goiás Adi Spezia/Reprodução
  • A 1ª Marcha reivindica o mapeamento dos Terreiros de Águas Lindas, além da instalação de uma delegacia de crimes raciais Adi Spezia/Reprodução

Líder do Terreiro Sol do Oriente, yalorixá Mãe Beth de Iansã explica que a caminhada acontece em um momento de aumento dos casos de violência contra a comunidade de terreiro. “Apesar de termos direitos à liberdade de culto, convivemos em constante insegurança devido ao preconceito motivado pelo racismo religioso. As Casas de Santo são invadidas e depredadas, nossas vestimentas e costumes não respeitados e confundidos nos mais diversos espaços e isso é inadmissível”, afirma.

No último dia 21 de março, a loja Iansã Ilê, de materiais afro-religiosos, foi invadida e depredada por uma pessoa que se dizia “cristã”, segundo informações dos organizadores do protesto. As imagens dos orixás e outros materiais foram quebrados. Veja vídeo:

Os líderes também lembram do episódio de abordagem violenta ao terreiro do Pai André, realizado em 2021, em 15 de junho. O caso ocorreu quando os policiais buscavam por Lázaro Barbosa, acusado de matar uma família em Ceilândia. Na busca policial, os agentes bateram no caseiro da chácara e quebraram objetos religiosos.

A 1ª Marcha reivindica o mapeamento dos Terreiros de Águas Lindas, além da instalação de uma delegacia de crimes raciais; uma ouvidoria para casos de crimes religiosos; a criação de um espaço público municipal e um dia de celebração direcionado à cultura afro-brasileira. Outras demandas do grupo são a criação de um Conselho Municipal de Promoção de Igualdade Racial, com a garantia da voz dos religiosos nas instâncias governamentais que discutem políticas públicas e a criação de um Conselho Municipal de Promoção de Igualdade Racial.

Saiba Mais:

  • 1ª Marcha do Povo de Axé de Águas Lindas de Goiás
  • Concentração em frente à prefeitura municipal às 15h
  • Endereço: Área Especial 4, Avenida 2, Jardim Querência

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