Em meio ao aumento de 548% nos casos de dengue no Distrito Federal, é importante prestar atenção aos sintomas da doença e buscar uma unidade de saúde o quanto antes. Os sinais da infecção incluem febre, dores no corpo e de cabeça, fraqueza e manchas pelo corpo. Apesar de se manifestar majoritariamente de forma leve ou moderada, a dengue pode levar a quadros complicados. "Pacientes com sinais de alarme, como dor abdominal intensa e sangramentos, precisam procurar imediatamente atendimento médico, porque as formas graves da dengue podem evoluir inclusive para óbito", alerta André Bon, infectologista do Hospital Brasília.
O comerciante Sebastião Fernandes, 66 anos, começou a sentir febre, desconforto, sensibilidade na pele e dor no corpo na terça-feira da semana passada. O morador da Asa Norte não demorou para buscar a unidade básica de saúde (UBS) da região onde mora. Sebastião tomava soro intravenoso enquanto conversou com o Correio, nessa terça-feira (26/4), no posto. "Estou aqui, sendo muito bem atendido e em processo de melhora, porque, se a gente não corre atrás, pode piorar muito. Fiquei com medo de morrer. É muito triste, dolorido e desgastante", desabafa o comerciante, que ficou com os pés e as mãos vermelhos por conta da doença.
"Estou tomando muita água, que foi a orientação. É uma desidratação intensa que a doença causa", completa Sebastião. Ele admite que, até adoecer, não estava atento aos cuidados contra a dengue. "Nunca tive muita preocupação com isso, porque a gente acha que não vai acontecer com a gente", relata o morador da Asa Norte, que se compromete a prestar atenção, daqui em diante.
A enfermeira Gizele Pessoa, 37 anos, contraiu dengue em março deste ano e, mesmo curada, sente as consequências. "Até hoje tenho manchas pelo corpo", conta a moradora de Águas Claras, que não sabe onde foi picada pelo mosquito. O marido de Gizele, o tenente da Marinha Jaumeir Eugênia Pereira, 41, também teve a doença. "Pegamos juntos e melhoramos juntos, depois de oito dias tomando soro, Dipirona e indo ao hospital tirar sangue para medir o nível das plaquetas. Os médicos pediam para nos hidratarmos bastante", relata. Jaumeir não ficou com sequelas, mas sentiu o baque da dengue. Ele e a esposa tiveram fraqueza, dores nas articulações e de cabeça, além de vômito e febre.
Após sentir na pele os efeitos da dengue, a aposentada Eliana Santos, 53, ficou mais atenta às medidas contra a proliferação do mosquito. "Eu cuido muito das plantas, sempre checando se tem água parada. E nos ralos também", relata a moradora do Cruzeiro Novo, que procurou atendimento médico logo que começou a sentir os sintomas da doença. "Era muita dor de cabeça, muita dor no corpo, com manchas pelo corpo e dor na vista. Fui ao ambulatório, me hidratei bastante e fiquei de repouso", conta Eliana.
Débora Moura Costa, gerente da UBS 1 da Asa Norte, tem percebido aumento da demanda de pacientes com sintomas de dengue na unidade. "A procura cresceu muito em relação à semana passada. O paciente vem em busca de tratamento contra os sintomas, com muita dor e febre", relata a profissional. "A primeira orientação é em relação ao ambiente em que está, porque provavelmente é um local que pode infectar outras pessoas. Orientamos para proteção da família e de pessoas próximas, além do cuidado pessoal, com hidratação e observação dos sinais de alerta", completa Débora.