Fernando Zago, co-fundador do Banco Afro
Como surgiu a ideia de criar a Comunidade Digital?
Como ela funciona?
A Comunidade Digital surgiu com a pandemia da covid-19. Pensamos em criar um produto no qual pudéssemos ajudar as pessoas de formas objetiva e conseguíssemos transformar e gerar impacto nesse momento de grande crise e necessidade. Quando a gente pensa em comunidade, a gente pensa muitas vezes em favela. Comunidade para a gente não é isso. Exemplo: a Suvinil queria doar cestas básicas para os pintores. Para nós, os pintores são a comunidade, apesar de não serem organizados civilmente. Quando a gente começa a se unir e fala que vai criar a comunidade dos pintores, e dentro dessa comunidade, a gente começa a usar ferramentas tecnológicas para identificar quem está em situação de vulnerabilidade social ou aqueles que são profissionais e sempre sonharam em ter a sua lojinha para vender mais e aumentar a sua renda; e aqueles que precisam, no momento inicial, de subsídio financeiro para sair da situação de fome e voltar ao mercado de trabalho. Nossa solução de comunidades vem nessa cadeia completa, desde criar a comunidade, juntar essas pessoas no mesmo local, promover interação entre elas, identificar os mais vulneráveis para liberar auxílio financeiro, para que eles se desenvolvam internamente.
Como o Banco Afro busca incentivar e fortalecer o empreendedorismo feminino?
A gente tem uma grande comunidade de empreendedorismo feminino que é em parceria com a Fundação Assis Chateaubriand. Já foram ajudadas milhares de mulheres. É um projeto muito bonito, em que, por meio da nossa tecnologia, conseguimos escalar cada vez mais essa comunidade e atender mais mulheres. Grande parte desse operacional — conseguir cadastrar, triar, entregar conteúdo de formação, subsidiar, aumentar a renda e promover formação e desenvolvimento — a nossa solução tecnológica ajuda a desenvolver.
Qual a importância de capacitar as mulheres que desejam entrar no universo do empreendedorismo?
Muitas vezes, aqui no Brasil, a gente empreende na cara e na coragem. A gente vai na raça. Mas a capacitação ajuda a diminuir perrengues e a crescer mais rápido. Se a gente não tiver um pilar muito forte de formação e desenvolvimento, acaba que patina, patina, patina e desiste, sendo engolido pelo sistema. Essa formação e esse desenvolvimento ajuda a vencer essas pequenas barreiras e a ter esse crescimento. A importância da capacitação é um divisor de águas. Se você não desenvolver a capacitação e a formação, muitas delas param pelo caminho e acabam caindo em armadilhas do sistema. A formação ajuda a vencer essas barreiras, encontrar melhores tecnologias, formas de trabalhar, processos e como vencer a burocracia do dia a dia.