Equinos de várias partes do Brasil foram reunidos na Granja do Torto durante a última semana para a 40ª Exposição especializada em mangalarga marchador de Brasília. A competição já tradicional do DF premiou os principais animais da espécie brasileira em edição com recorde de inscritos e sucesso de público, entre os dias 5 e 10 de abril.
Ao todo, 271 cavalos e éguas foram inscritos para disputar categorias de marcha e morfologia. O número de competidores tornou esta a maior exposição de Brasília dos últimos 20 anos, segundo a organização. O público também compareceu em peso, com aproximadamente 3 mil espectadores, entre os dias 7 e 10 de abril, com algumas presenças ilustres, como o presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), deputado Rafael Prudente (MDB), e o chefe de cozinha Léo Hamu.
Os animais inscritos disputaram três categorias: morfológicas, que levam em conta características físicas relacionadas à raça; marcha, como o cavalo performa o comando de marchar; e a ampla, que leva em consideração as duas outras categorias. Os equinos também são subdivididos por idade (jovem ou adulto), e sexo (cavalo ou égua).
"Um evento como esse é importante para fomentar a raça [mangalarga marchador]. Aumentar o número de pessoas interessadas, gerar empregos e renda", afirma Saulo Lopes, diretor de eventos da Associação de criadores de mangalarga marchador de Brasília e principal organizador do evento. Ele afirma que o evento é uma forma de espalhar a palavra e aumentar o número de adeptos da criação do animal, além de ser um ponto de negociações de compras e vendas dos cavalos e éguas. "Eventos como esses giram e movimentam o mercado", comenta o profissional.
"O cavalo mangalarga marchador tem uma força muito grande no Centro-Oeste. Na medida em que, ao lado do cavalo, você tem uma série de outros investimentos. O agronegócio, a mão de obra ligada diretamente ao cavalo, seguro e venda de implementos agrícolas", pontua Cleber Lopes, presidente da Associação.
Ele também atribui a importância aos encontros que ocorreram no evento. "O reencontro de velhos amigos que criam cavalos há mais de 30 anos, porque criar cavalo é um projeto de longo prazo", comemora Cleber, que também aponta a relevância de retomar os eventos na Granja do Torto. "A família presente e de volta aqui na Granja do Torto, um espaço muito prazeroso que estava meio abandonado em razão da pandemia e de outros aspectos. Nós estamos fazendo agora o resgate desse espaço, trazendo as famílias de volta", completa.
Movimentando cifras
A exposição também é um foco de muitas compras e vendas de animais. Segundo Saulo, muitos dos equinos que ali se apresentavam já tinham sido negociados antes mesmo do resultado final. "Não dá para dizer números exatos desta exposição, mas alguns eventos movimentam de R$ 2 a 4 milhões em transações entre haras, com tranquilidade", explica o organizador.
"Para se ter uma ideia, o cavalo movimenta algo em torno de 16 bilhões por ano, nós temos um plantel de mais de 600 mil animais no Brasil inteiro, em uma associação com mais de 18 mil associados", complementa o presidente.