Deputada federal, Celina Leão (PP) avaliou, em entrevista a jornalista Ana Maria Campos, o cenário político local e nacional. Para a parlamentar, o governo Bolsonaro é melhor do que o do Lula. Ela adiantou, ainda, que a dobradinho entre a candidata ao Senado Flávia Arruda (PL) com o governador Ibaneis Rocha (MDB), com apoio do Partido Progressista (PP), é praticamente certa na chapa. "Essa indecisão dos adversários só fortalece o governador Ibaneis, que tem um projeto claro e um grupo forte", afirmou, ontem, durante o programa CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília.
O presidente nacional do PP, ministro Ciro Nogueira, te deu a missão de eleger uma bancada grande no DF?
Sim, mas isso não é fácil, porque só temos oito deputados. A nova regra (eleitoral) dificulta. Por isso que precisei de pessoas que tinham voto, não adiantava criar uma nominata em que eu seria a mais forte, e não termos o coeficiente eleitoral para fazermos um. Não acredito que elegeremos nenhum deputado federal na regra de 80/20 (da sobra partidária). Não chegaremos a esse segundo quesito, porque conseguiríamos, somente, se os coeficientes não fossem preenchidos com os partidos. É algo que não vai acontecer.
A senhora acredita que será uma eleição para deputado federal com tom de majoritária?
Com certeza. Penso que a eleição para federal, no DF, será a mais disputada. Acredito que tenham grupos políticos se formando com grandes forças, como o do governador Ibaneis e o do senador Reguffe. Mas, é natural da política. Não existe vácuo, sempre vai existir disputa. A população tem que levar em consideração o trabalho prestado, para quem realizou coisas de verdade pela cidade.
É possível que a senhora integre a chapa majoritária?
Meu projeto principal é ser candidata a deputada federal. Acredito que a escolha do vice é uma decisão do governador, que precisa ser tomada com todas as precauções, olhando todo o cenário político. Eu tenho um foco e é ser deputada federal.
A deputada federal Flávia Arruda, colocada na chapa junto ao governador Ibaneis, tem um projeto para 2026, quando será candidata ao governo. Nos planos dela, o vice do governador não pode ser uma pessoa competitiva, porque pode se tornar um adversário para ela.
A Flávia tem colocado isso
nas mesas de conversa?
Tivemos uma conversa entre os cinco maiores partidos, os quais estão dando suporte ao governador Ibaneis, ainda na montagem das chapas, para discutirmos nomes que estavam integrando os partidos. A deputada disse que tinha o direito de escolher seu suplente, assim como o governador também. Acredito que isso será natural, os partidos vão sentar e discutir para avaliar os nomes, e será decidido aquilo que deixar o governador mais confortável.
Ouvimos falar que tudo está acertado em relação à chapa Ibaneis para a reeleição e a Flávia para o Senado. Acredita que essa dobradinha está assegurada?
Acredito que sim, eles conversaram muito. Precisa da participação de todos os partidos que estão compondo a chapa majoritária, mas penso que o entendimento será nesse sentido. Todos esperam, às vezes, uma posição do governador para fazer uma reunião, e isso não poderia acontecer antes do fechamento das coligações. Isso foi feito, até para sabermos com quem iremos dialogar. Mas, acredito que será conversado. Alguns partidos têm colocado essa questão, mas a candidatura natural ao Senado será a da Flávia.
Quem a senhora avalia que são os adversários à reeleição do governador Ibaneis?
Ainda estão muito vagos os nossos adversários. Ninguém se coloca, realmente, como candidato, porque não sabe em qual grupo caminhará. Essa indecisão dos adversários só fortalece o governador Ibaneis, que tem um projeto claro e um grupo forte.
O governador disse que só iria
se reeleger se sentisse a aceitação do eleitorado.
Qual a análise da senhora?
Ele tem falado algo que percebemos quando saímos nas ruas, que é o carinho das pessoas. Temos um governo muito bom, que deu show na área social. Não tem como negar as obras, porque elas são visíveis. Ampliamos o atendimento na área de saúde e crescemos em regularização fundiária. A área do esporte cresceu mais de mil vezes em comparação à gestão passada.
A senhora acredita que o presidente Bolsonaro
pode se reeleger?
Acredito que sim. O governo Bolsonaro é melhor do que o do Lula. Penso que a parte da comunicação, às vezes, é falha. Imagine que o nosso presidente é chamado de anti vacina, mas é o presidente que mais vacinou no mundo, que mais sancionou leis voltadas às mulheres na gestão — foram 24. É consolidar esse discurso, as coisas positivas que fizeram. Pontualmente, como presidente, Lula e Bolsonaro, em algumas falas, exageram, como qualquer outro presidente. Mas, acredito que isso faça parte da política. Entre os grupos políticos, se você pesar, é só os dois que vão ficar.
*Estagiário sob a supervisão
de Guilherme Marinho