Afastado do cargo desde fevereiro deste ano, o agente socioeducativo Rafael Oswaldo de Carvalho Arantes, indiciado por filmar colegas do trabalho em momentos íntimos, apresentou um atestado médico psiquiátrico justamente no período em que deveria retornar ao trabalho, na Unidade de Internação de São Sebastião. No entanto, em publicações postadas no Instagram, o servidor aparece em momentos de lazer, com direito a passeio no lago de caiaque.
À época, as vítimas contaram à polícia que Rafael instalou uma câmera escondida no banheiro para registrar os momentos íntimos das mulheres. Ao menos 15 pessoas denunciaram o agente. O caso passou a ser investigado pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam 1) e os investigadores cumpriram mandado de busca e apreensão na casa do investigado. Foram apreendidas munições, uma arma de fogo e aparelhos eletrônicos.
Em documento assinado em 4 de fevereiro, a Comissão de Processo Disciplinar decidiu pelo afastamento do servidor por 60 dias. Nesse tempo, ele ficou proibido de comparecer à unidade socioeducativa. O prazo, no entanto, venceu em 4 de abril. Em um pedido enviado por ele à Comissão, Rafael solicitou a remarcação das férias, que estariam previstas para ocorrer entre 22 de março e 3 de abril. No pedido, aceito pela Secretaria de Justiça (Sejus), ele deu uma nova data: 1º de novembro ao dia 30 do mesmo mês. Na justificativa, alegou que as datas das férias anteriores coincidiriam com o período de afastamento.
O Correio apurou que o processo administrativo envolvendo o servidor está parado, sem decisões e também ainda não foi oferecida denúncia por parte do Ministério Público. Dessa forma, o agente deveria retornar ao serviço na unidade de lotação em 4 de abril, mas Rafael apresentou uma licença para tratamento de saúde por um período de 30 dias.
Em publicações no Instagram, ele postou fotos no Clube Cota Mil e escreveu: “Dia de inaugurar o brinquedo novo”. Em outro post, colocou uma foto sorrindo e disse: “Deu certo”.
O que diz o sindicato?
Procurado pelo Correio, o Sindicato dos Servidores do Sistema Socioeducativo do DF (Sindsse/DF) esclareceu que repudia qualquer ato que fira a legalidade, e de forma mais específica neste caso, agrida a integridade física ou moral de qualquer pessoa.
“Mais uma vez, o sindicato destaca que a assessoria jurídica está atuando em favor das servidoras vítimas do ato praticado, tanto na esfera criminal, como na esfera administrativa”, afirmou a categoria. O Sindsse afirmou, ainda, que buscará os esclarecimentos e providências necessárias junto aos órgãos responsáveis. Ainda de acordo com o sindicato, as vítimas até hoje não superaram o trauma psicológico sofrido na época.
A reportagem também procurou pelo acusado, mas não obteve retorno até a publicação dessa matéria. O espaço permanece aberto para possíveis manifestações.
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