A edição desta terça-feira (26/4) do CB.Poder contou com a participação do vice-presidente da Câmara de Economia Criativa da Fecomercio, Miguel Galvão. Em entrevista à jornalista Samanta Sallum, o executivo falou sobre projetos e localidades que mexem com a economia do Distrito Federal. O programa é uma parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília.
Miguel falou sobre a vocação que a capital tem para ser uma força econômica. “A vocação de Brasília é justamente ser a capital da criatividade. Meu pai costumava comentar que a grande criação da humanidade é a cidade. A cidade vem para tornar a vida de todos mais fácil e Brasília nasceu sem ter nenhuma referência parecida, na verdade somos astronautas aprendendo como usufruir dessa nave tão avançada. Ter a criatividade como espinha dorsal é indispensável, pensando que, com o mesmo esforço para pensar pequeno, se pode pensar grande”, elogia.
Os desafios atuais da cidade impactam diretamente na vida dos brasilienses, como explica o economista. “Tem um desafio na cidade onde, às 11 da noite, na Asa Sul, se tenta achar um prato de bife. Infelizmente é mais fácil achar uma pedra de crack. O Plano Piloto em 2014, 2015, tinha 290 mil habitantes, hoje está com 215 mil. A gente deve ser a única capital em um país de desenvolvimento na América Latina que tem seu coração diminuindo”, comenta.
Em relação às políticas para desenvolver a economia da capital, Miguel falou sobre a proposta Distritos Criativos, em parceria com o GDF e com a Secretaria de Economia. “A gente teve que dar uma pausa por ser ano eleitoral, não pode dar incentivo fiscal. Com o suporte da Câmara Legislativa e da Fecomercio, emplacamos a pesquisa junto da Universidade Católica, que está fazendo um levantamento, quase um censo, sobre a economia criativa do Distrito Federal, que não tem igual na América Latina. Vamos ter os dados para usar de forma cirúrgica”, explica.
O projeto, no entanto, tem como objetivo o estabelecimento dos mercados de grande potencial para a economia criativa do DF. “Temos Planaltina como centro histórico e um Mercado Sul em Taguatinga. Então, vamos criar um mecanismo onde você tenha uma capital que funciona na W3 Sul, onde os empreendedores criativos que se assentem nessa região vão ter esses estímulos, mas a gente tenta entender onde são essas localidades no restante das RA's para dar um empurrão”, destaca.
O economista detalha os passos práticos para o bom funcionamento da mecânica do projeto, baseado em estudos sobre as realidades de Recife e Florianópolis. “Os estímulos eram bem simples, basicamente o pequeno empreendedor precisava de isenção fiscal, para o ISS/ICMS e isenção de IPTU, e toda essa cena teve isso como cordão de incentivo. Lógico, várias lideranças assertivas e um governo que soma também ajudam”, justifica.
*Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel
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