Eduardo Dantas Ramos, 89 anos

Nascido em Petrópolis, ele veio à capital em 57, para trabalhar na administração da Novacap, na época da construção de Brasília

Correio Braziliense

postado em 23/04/2022 19:36 / atualizado em 23/04/2022 19:47

Eduardo Dantas Ramos, um dos pioneiros de Brasília, morreu nesta semana. - (crédito: Arquivo pessoal)

Morreu, nesta terça-feira (19/4), um dos pioneiros de Brasília. Aos 89 anos, Eduardo Dantas Ramos foi vítima de uma pneumonia, que teve como consequência um infarto. Ele estava internado no Hospital Brasília, no Lago Sul, e acabou não resistindo à doença.

Nascido em Petrópolis, Eduardo veio à capital em 57, para trabalhar na administração da Novacap, na época da construção de Brasília. Aqui, conheceu sua esposa, Norma Freire de Carvalho, com quem ficou casado durante 59 anos e teve três filhos – Maria Augusta, Maria Beatriz e Eduardo Dantas Ramos Junior. Ao Correio, as irmãs revelaram como os pais costumavam serem chamados. “Era sempre ‘doutor’ Eduardo e ‘dona’ Norma”, brinca Beatriz.

Elas também contaram um pouco sobre como era o pai. “Nossa família e, principalmente meu pai, tem uma relação muito íntima com Brasília. Ele sempre dizia que Brasília mudou a vida dele para melhor, e que foi um evento fundamental na vida adulta dele, sair do Rio para construir a capital do país”, recordou Augusta. Além da Novacap, elas comentam que Eduardo trabalhou no escritório de Oscar Niemeyer, a quem chamam, carinhosamente, de ‘tio’. “Meu pai também foi chefe de gabinete do Carlos Magalhães, quando ele foi secretário de obras e urbanismo”, contou Maria Augusta.

Homem de valores

De acordo com Maria Beatriz, o pioneiro ensinava os valores para a família de formas diretas e indiretas. “Era uma pessoa honesta, que tratava desde o motorista, até os presidentes das maiores empresas do mesmo jeito. Ele fazia amizade com todos e nos ensinou a tratar pessoas de uma forma que encantasse, que fizesse o outro se sentir respeitado”, orgulha-se. “Além disso, era um cara brincalhão e sério ao mesmo tempo – quando precisava ser”, frisou.

Beatriz também contou como seu pai tratava os amigos. “Ele os amava e estava lá para todas as horas. Todo mundo podia contar com o meu pai”, garante. Maria Augusta concordou com todos os pontos citados pela irmã e acrescentou que “ele era dedicado, uma pessoa maravilhosa e que eu amava de paixão. Vou sentir muita falta dele”, completou.

Eduardo Dantas deixou, além da esposa e os três filhos, quatro netos. A família confirmou que haverá uma missa de sétimo dia pelo seu falecimento e convidou todos amigos do pioneiro. A celebração será realizada nesta segunda-feira (25/4), às 18h30, na Paróquia São Pedro de Alcântara (Lago Sul). “Desde já os familiares agradecem a todos que comparecerem a este ato de fé e homenagens a ele que nunca sairá de nossas memórias”, disse a família, em nota.