Morreu, nesta sexta-feira (22/4), Hely Vicentini, procuradora aposentada do Distrito Federal. Hely tinha 83 anos e será sepultada na manhã deste sábado (23/4), no Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul
Conhecida pelo sorriso fácil, Hely contagiava a todos ao seu redor. A procuradora saiu de São Paulo e veio para Brasília ainda na década de 1960 — ano de fundação da capital — e logo procurou um clube para se associar, escolhendo o Cota Mil, que acolheu e abriu as portas para a servidora. Trabalhou por 20 anos na Terceira Vara Cível e foi primeira mulher de Brasília a fazer a Escola Superior de Guerra.
Hely ajudou a quebrar o tabu do uso de roupas femininas na Escola Superior de Guerra (ESG), quando fez o curso em 1976, segundo Silvestre Gorgulho, ex-secretário de Cultura.
Ele contou que Hely tinha apenas duas outras colegas durante no tempo no curso e, durante uma das várias viagens que fizeram pelo Brasil, a incomodava o fato de vários homens ficarem tentando olhar por debaixo da saia das meninas — roupa à época obrigatória para mulheres. Então, Hely fez uma sugestão que foi acatada pelo comandante:que mulheres usassem ternos para entrar no avião.
Em entrevista concedida ao Correio em julho de 2019, em uma série especial de clubes de Brasília, Hely contou sobre a história de vida repleta de conquistas, e creditou os melhores momentos dessas décadas ao tempo que passou no Cota Mil. “Quando cheguei a Brasília, vindo de São Paulo, me levaram primeiro a um outro clube. Achei legal, mas não me identifiquei. Logo em seguida, meus amigos me apresentaram o Cota, e eu disse: "Aqui é o meu lugar", disse a aposentada à época.
Por mais de 50 anos, ela se manteve como sócia do clube e relatou, à época, sobre os encantos com o ambiente, o clima agradável e as festas.
Hely deixa a filha Marianne Vicentini e o neto Arthur — filho do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda.
O velório de Vicentini será realizado a partir das 9h, no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, na Capela 7. O sepultamento será as 11h30.
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