Revolta e comoção eram os sentimentos de familiares e amigos do casal de ciclistas que morreu atropelado na QR 157, em Santa Maria, no domingo (17/4). Com os dizeres "Pedimos justiça. Dor pela perda, indignação pela impunidade. Respeito o ciclista" escritos em uma faixa, os parentes enterraram Hilberto Oliveira da Silva, 47 anos, e a mulher, Vera Lúcia da Cruz Sampaio, 43, na manhã desta quarta-feira (20/4), no Cemitério Campo da Esperança, no Gama.
A prima de Hilberto, Kelly Ribeiro, 38 anos, não se conformava com o fato da motorista que provocou o acidente já estar em liberdade. "O que é mais revoltante é que primo não foi sepultado e a mulher já está solta. A gente pede justiça e quer que ela pague. Onde que uma pessoa embriagada tira a vida de dois seres humanos que têm o coração bom e a Justiça dá como homicídio culposo sem intenção de matar? Que Brasil que a gente vive?", disse a prima.
Indignada com a situação, Kelly ressaltou que a família e amigos farão o que for preciso para que a condutora pague pelo crime. "Se for preciso, a gente vai fazer manifestação na frente do Ministério Público. A gente vai mover céus e terras", destacou.
Lamentando a perda, Kelly disse que a família só soube do ocorrido no fim da tarde de domingo (17/4), devido ao casal não estar com os documentos no momento do acidente. "A gente estava reunido na casa do meu pai em almoço de família de Páscoa. O Hilberto mandou uma mensagem para a minha mãe de manhã desejando Feliz Páscoa e, até então, a gente seguiu com almoço normalmente", comentou a prima.
O ciclista Luiz Carlos de Souza, 58 anos, conhecia o casal há cerca de ano por meio do grupo da Igreja que pedalava junto. "Foi chocante. A família está sofrendo, nós (amigos) também estamos sofrendo por isso. Eram duas pessoas maravilhosas", disse o colega de esporte. "O motorista tem que se conscientizar em beber e não dirigir, porque em cima da bike vai uma pessoa que muitas vezes é um pai ou mãe de família, é uma vida", pontuou Luiz, pedindo justiça e respeito aos ciclistas.
Relembre o caso
No domingo de Páscoa, Hilberto Oliveira da Silva, 47 anos, e a mulher, Vera Lúcia da Cruz Sampaio, 43, pedalavam de manhã na via pública quando uma motorista na direção de um Chevrolet Corsa de cor cinza atropelou o casal. A Polícia Militar informou que a motorista, identificada como Stefania Midiã Silva de Araújo, 36 anos, dirigia sob efeito do álcool. A motorista foi submetida ao teste, que constatou a alcoolemia de 0,62 miligramas de álcool por litro de ar expelido (mg/L).
Hilberto morreu no local, enquanto Vera chegou a ser transportada pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) para o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) com um ferimento no crânio, suspeita de traumatismo cranioencefálico, fratura no membro inferior esquerdo e escoriações pelo corpo. Na unidade de saúde, ela sofreu duas paradas cardiorrespiratórias e não resistiu.
Segundo Stefania, ela estava sonolenta e teria dormido ao volante no momento da tragédia. Ela foi presa em flagrante, por direção sob efeito de álcool, mas foi solta na segunda-feira (18/4). A motorista chegou a ficar detida por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A liberação da acusada ocorreu após audiência de custódia, na tarde de segunda-feira (18/4). A ré responderá ao processo em liberdade, mas teve o direito de dirigir suspenso.
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