O coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), de 47 anos, preso por tentar estuprar um jovem, de 21 anos, em um motel de Taguatinga Norte, foi exonerado do cargo de diretor de Planejamento e Gestão de Contratos (DPGC), do Departamento de Saúde e Assistência ao Pessoal (DSAP), do Comando-Geral da corporação.
A decisão foi assinada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) e publicada em edição extra do Diário Oficial do Distrito Federal (DODF). Edilson Martins da Silva foi preso em 9 de abril pela Polícia Militar, depois de supostamente obrigar um estudante a ter relações sexuais com ele. Em audiência de custódia, a Justiça determinou a liberação do PM, mediante o uso de tornozeleira eletrônica por 90 dias.
Com base na decisão, o oficial deve permanecer num raio de 500m de sua residência, no período de 22h às 6h, e não poderá se aproximar, no mesmo raio, do Motel Fiesta Brasília, em Taguatinga, e da distribuidora de bebidas localizada no Posto Shell, na Sandu Norte.
O caso
O caso ocorreu na manhã de sábado (9/4), em um motel de Taguatinga Norte. Uma funcionária do estabelecimento acionou a PM para uma ocorrência de disparo de fogo. Segundo as investigações, a vítima voltava para a casa na companhia de um amigo, logo após sair de um curso de mecânica no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Em depoimento, ele contou que o PM passou de carro na via e o ofereceu uma carona. Dentro do veículo, segundo o relato do rapaz, o policial começou a passar as mãos nos órgãos genitais dele e a fazer sexo oral, sem o consentimento. Nesse momento, o jovem relatou que o PM apontava a arma para a cabeça dele.
Em conversas trocadas com um amigo pelo WhatsApp, o colega pergunta: “Já chegou em casa?”. O jovem responde: “Ainda não. Chama a polícia. Ele está mostrando a arma para mim e me ameaçando, estou com medo”, escreveu. No trajeto, Edilson ainda passou em casa, também em Taguatinga, pegou R$ 100, pedindo para que ele usasse o dinheiro para comprar drogas.
O coronel, então, dirigiu até um ponto de venda de drogas e pediu para que o estudante comprasse cocaína e lança-perfume. Na delegacia, Edilson assumiu ter usado apenas o lança. “O jovem confessou ter usado cocaína e, depois disso, parou de enviar mensagens ao amigo”, acrescentou o delegado. Em depoimento, a vítima contou que o PM dirigiu em alta velocidade na via, de forma perigosa, até chegar no Motel Fiesta.
Ao chegarem ao local, Edilson estacionou o carro e deixou a arma dentro do veículo. Os dois subiram até a suíte e, segundo as investigações, se desentenderam, momento em que o PM desceu e buscou o armamento, o que preocupou o rapaz. Quando voltou, o estudante aproveitou o descuido do militar, pegou a arma, a chave do carro do coronel, o trancou no quarto e fugiu.
Enquanto aguardava ser atendido pela recepcionista do motel, o jovem efetuou quatro disparos para o alto. A funcionária do motel acionou a PM. Ao chegarem no local, os policiais foram até a suíte. Edilson se apresentou como coronel e disse que não tinha interesse em ser conduzido à delegacia, pois era casado. Os dois foram levados à 12ª DP. O jovem foi atuado por porte ilegal de arma, disparo e dano, e também foi liberado em audiência, mediante uso de tornozeleira.
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