A disputa por um ponto comercial em Águas Claras motivou o assassinato de Helena Maria da Costa Moreira, 50 anos, e do marido, Laércio José Moreira, 64. Essa é a conclusão dos investigadores da 23ª Delegacia de Polícia. Em coletiva de imprensa, ontem, os agentes revelaram que o caso, inicialmente tratado como latrocínio (roubo seguido de morte), trata-se de um duplo homicídio qualificado.
Na segunda-feira, 11, quatro homens entraram na residência no P Sul, em Ceilândia, em que Helena e Laércio moravam com os três filhos e executaram o casal na cozinha de casa. Depois, levaram o carro da família, uma televisão e celulares. Um dos envolvidos foi preso ao buscar o carro das vítimas em um lava-jato no Recanto das Emas. A primeira alegação é de que havia sido um crime sem motivação, porém as investigações demonstraram outro cenário.
Laércio era dono de um quiosque de lanches, na Avenida Pau Brasil, em frente a uma universidade de Águas Claras. O espaço, no entanto, passava por uma reforma e foi necessário que ele se mudasse para outro ponto, próximo a uma outra barraca de lanches, que pertencia a Hyago Lorran Franco. "A partir daí, começou-se uma desavença entres os dois e até ameaças", detalhou o delegado-chefe da 23ª DP, Gustavo Farias Gomes.
Inconformado em dividir a clientela com Laércio, Hyago decidiu se vingar e chamou três comparsas, sendo um adolescente. No dia do crime, no início da tarde de segunda-feira passada, o quarteto chegou na casa do casal em um carro cinza. O portão da residência estava com o cadeado solto, momento em que os suspeitos aparecem em imagens do circuito interno de segurança colocando a mão por dentro do portão e abrindo. Enquanto um deles permaneceu dentro do veículo, outros três desceram, abordaram marido e mulher, os conduzindo até a cozinha de casa. Maria e Laércio foram encontrados mortos abraçados e com tiros na cabeça.
Toda a ação dos criminosos na casa durou menos de dois minutos. Após cometer o duplo homicídio, os envolvidos estacionaram o veículo das vítimas em uma área de mata e descarregaram o extintor de incêndio sobre o carro, a fim de apagar as impressões digitais. Depois disso, levaram o carro a um lava-jato.
Segundo o delegado Gustavo, Hyago não tem passagem pela polícia e ele e os outros envolvidos eram moradores do Recanto das Emas. Os três maiores responderão por duplo homicídio triplamente qualificado — motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa das vítimas e para assegurar a ocultação de outro crime —, bem como pelo crime de corrupção de menores, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, estando todos eles à disposição do Poder Judiciário.
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