Investigados por diversos de crimes no Distrito Federal os acusados de invadir a casa no Lago Sul e apontar uma arma para a cabeça do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Benjamin Zymler, numa tentativa de assalto, têm inúmeras ocorrências por roubos e condenações que somam a mais de 15 anos de prisão. O Correio apurou que os envolvidos são Lucas Gabriel Gonçalves, 26 anos, detido em janeiro; e Leandro Roges Silva Vieira, 28, preso mesta quarta-feira (6/4) pela Polícia Civil (PCDF).
Em sessão plenária do TCU desta quarta-feira, o ministro elogiou e agradeceu o trabalho dos policiais da 10ª DP. “Pude acompanhar todas as tratativas e as ações tendentes a buscar o esclarecimento do crime. E isso vai permitir que a Justiça seja implementada. Isso é emblemático, já que demonstra aos moradores do Distrito Federal que eles podem contar com essa prestigiosa instituição, e que nos dá um sentimento de confiança e orgulho”, afirmou.
A tentativa de assalto contra o ministro aconteceu em 4 de dezembro de 2021. Zymler estava no gabinete, quando os criminosos entraram armados pela porta dos fundos da casa, o renderam, com uma arma apontada para a cabeça. Os criminosos trancaram ele e a filha, que também estava na residência, no quarto dela. “O cachorro começou a latir, e o segurança da casa estranhou e os flagraram, momento em que os dois empreenderam fuga”, afirmou o delegado à frente do caso, Tiago Carvalho, da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul).
Durante as investigações, os policiais identificaram o primeiro envolvido: Lucas Gabriel. O suspeito responde a outros crimes, incluindo violência doméstica e tentativa de homicídio. Lucas foi acusado de agredir e ameaçar a ex-mulher. A vítima solicitou as medidas protetivas de urgência em 15 de dezembro de 2018. Quase um ano depois, a mulher declarou o desinteresse na manutenção das medidas, sob a afirmação de não se sentir mais em risco e ter interesse em reatar o relacionamento.
Lucas morava em São Sebastião e, depois do crime, fugiu para Central do Maranhão, um município distante cerca de 200km da capital maranhense, com 8 mil habitantes. Em janeiro deste ano, os policiais civis da 10ª DP viajaram ao Maranhão. Para chegar à captura do acusados, os agentes tiveram de atravessar um rio de balsa. “Com a prisão de um dos autores, seguimos com as investigações e localizamos o segundo envolvido no crime”, disse o delegado.
Foragido do CPP
Na manhã desta quarta-feira (6/4), os investigadores descobriram o paradeiro de Leandro Roges Silva Vieira, comparsa na tentativa de assalto no Lago Sul. Desde 2012, ele responde, ao menos, a cinco processos, todos por roubo. Ele já foi condenado a 7 anos e 4 meses de prisão em uma ocasião e, em outra, a 8 anos.
Morador da Estrutural, Leandro estava em regime semiaberto e ficava no Centro de Progressão Penitenciária (CPP). Ao ser beneficiado com o saidão — concedido pela Vara de Execuções Penais (VEP) —, em 14 de novembro do ano passado, não retornou à unidade prisional e passou a ser considerado foragido. No site da Secretaria de Administração Penitenciária (Seape), o criminoso integra uma intensa lista de procurados, em que são detalhados nome completo, data de fuga, processo e canal para denúncia.
Leandro foi detido, em casa, em Águas Lindas de Goiás. “Com a chegada dos policiais, o autor tentou fugir pulando o telhado da residência, mas acabou sendo alcançado e preso”, detalhou Tiago Carvalho. Vídeo gravado pelos próprios policiais registraram a prisão.
Relembre o caso
Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Benjamin Zymler foi vítima de uma tentativa de roubo no Lago Sul, onde vive com a família, no final do ano passado. Dois homens invadiram a residência, anunciaram o assalto e o renderam apontando uma arma para a cabeça dele.
A abordagem ao magistrado aconteceu por volta das 15h30, e o crime só não se consumou porque a cadela da família estranhou o movimento. “A nossa cachorra começou a latir, e atraiu a atenção da vigilância da rua. Quando eles viram o vigilante, fugiram”, contou o ministro. “Ela é da raça spitz alemão, preta e acompanhou os bandidos, latindo, durante todo o percurso que fizeram dentro de casa. Foi isso que chamou a atenção”, ressaltou. Durante todo o tempo em que a dupla de assaltantes ficou em casa, o ministro teve a arma apontada para a sua cabeça. “Demorou cerca de 15 minutos”, lembra Benjamin Zymler. Para ele, a cena foi um filme de terror. “Foi traumatizante, mas ainda bem que não houve nada mais sério”, avaliou.
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