Preso temporariamente acusado de promover rifas ilegais e lavagem de dinheiro, o youtuber Kleber Rodrigues Moraes, o Klebim, de 27 anos, foi flagrado em áudios admitindo que sabia da prática ilegal dos sorteios. Ele foi detido durante a operação Huracán, da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
Klebim e outras três pessoas são apontadas pelos investigadores como os responsáveis por um esquema milionário voltado à prática de jogos de azar de rifas ilegais e de lavagem de dinheiro em nome de empresas de fachada. O esquema teria rendido milhões ao influenciador.
No material, que circula na internet, ele ainda chega a dizer que, no Brasil, “pobre precisa fazer coisa errada para crescer”. O influenciador digital também reclama dos tributos cobrados pela Receita Federal e que receberia “apenas” US$ 500 com visualizações na plataforma de vídeos.
“Mano, isso aí não tem jeito não, 'véi'. Se denunciar e for pra Receita ou alguma coisa, vai dar merda, saca? Até mostrei isso aí hoje pra minha mãe e disse: se der merda tem que dizer a verdade ao advogado e tentar gastar o dinheiro. Porque, moço, não tem jeito de pobre ficar rico se não tiver fazendo nada de errado pro governo não, 'pô'. Não tem jeito, quando eu soltei a rifa eu já sabia que era proibido”, disse.
Lucro ilegal
Natural de Bela Vista de Goiás (GO), Klebim promovia os automóveis e estipulava o valor das rifas, que variavam de R$ 5 a R$ 20. Uma mansão avaliada em R$ 4 milhões comprada por Klebim foi confiscada. O youtuber havia pagado apenas a primeira prestação, no valor de R$ 380 mil.
A casa conta com cinco quartos, cinco suítes, três salas, nove banheiros e nove vagas para carros, um espaço de lazer completo com direito a piscina aquecida em três níveis, churrasqueira, sauna, espaço para fogueira, ofurô e sala de jogos. Além disso, foram apreendidos ao menos quatro automóveis de luxo.
A polícia começou as investigações há dois meses, depois de uma denúncia anônima. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) revogou a prisão do influencer e dos demais envolvidos, sob a condições de que eles usassem tornozeleiras eletrônicas, além de não se encontrarem e não saírem de casa à noite.
Investigações contra o youtuber
As investigações da Polícia Civil começaram há dois meses, após denúncia anônima. Kleber é dono de uma oficina em Brasília e posta vídeos nas redes sociais com carros de luxo. Ele começou a realizar sorteios desses carros e o grupo arrecadava cerca de R$ 1 milhão por sorteio, de acordo com estimativas da polícia.
A atividade, porém, é considerada como jogo de azar, uma contravenção penal. Kleber e outras três pessoas foram presas pela Polícia Civil no dia 21 de março, mas todos respondem agora em liberdade. Nas suas redes sociais, Kleber negou que havia cometido os crimes e criticou a legislação — que estabelecer que premiações por organizações da sociedade civil precisam de autorização do Ministério da Economia.
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