Feminicídio

"Será lembrada pela alegria", diz irmão de mulher morta pelo marido no DF

Ana Paula Alves, 33 anos, teve o corpo queimado dentro da própria casa, em Sobradinho. A vítima foi sepultada na tarde desta sexta-feira (1º/4)

Darcianne Diogo
Arthur Ribeiro*
postado em 01/04/2022 18:18 / atualizado em 01/04/2022 18:19
O enterro de Ana Paula Alves reuniu cerca de 100 pessoas no cemitério -  (crédito: Arthur Ribeiro/CB/D.A Press)
O enterro de Ana Paula Alves reuniu cerca de 100 pessoas no cemitério - (crédito: Arthur Ribeiro/CB/D.A Press)

Em clima de comoção, familiares e amigos reuniram-se, na tarde desta sexta-feira (1º/4), para prestar as últimas homenagens à auxiliar administrativa Ana Paula Alves, 33 anos, assassinada e incendiada pelo companheiro dentro de casa, em Sobradinho. O crime, ocorrido na noite de quarta-feira (30/3), é tratado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) como feminicídio seguido de suicídio. O autor e companheiro dela, Sérgio Avelino, 45, tirou a própria vida após se queimar propositalmente.

Mais de 100 pessoas compareceram à cerimônia, que não contou com velório e aconteceu com o caixão fechado, no Cemitério de Sobradinho 2. Abalado, Lucas Alves Pereira dos Santos, um dos irmãos de Ana, lamentou a morte de Ana. “Só tenho a dizer coisas boas. Ela era uma mulher fantástica. Lembro dela sempre divertida e amorosa”, disse, emocionado.

Ana era conhecida pelo alto astral e alegria. Nas redes sociais, fazia questão de postar fotos ao lado de familiares, esbanjando sorrisos e abraços. “Ela sempre será lembrada pela alegria. Sempre vai estar no meu coração e nunca vai ser esquecida”, desabafou Lucas.

Investigações apontam para morte seguida de suicídio

Ana era casada com Sérgio havia cerca de 12 anos. O casal teve dois filhos, de 10 e 7 anos. A 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho) aguarda os resultados dos laudos para elucidação total do caso, mas a princípio, a polícia acredita que Sérgio tenha assassinado a mulher e, em seguida, cometido suicídio.

Os dois filhos do casal saíram da casa antes do incêndio e pediram socorro na rua, segundo relataram vizinhos. As investigações também constataram que Ana Paula estava com as vísceras expostas e o punho fraturado. Já o marido dela não apresentava nenhuma lesão aparente, o que reforça a hipótese de que ele a teria sido apunhalada. Uma barra de ferro foi encontrada ao lado dos corpos.

Antes do crime, vizinhos relataram à polícia ter ouvido barulho de briga. “Feito o levantamento, constatamos que o casal nunca havia registrado nenhuma ocorrência. Então, é difícil dizer se vivia em perfeita harmonia. O fato é que nunca foi trazida nenhuma desavença ao conhecimento da delegacia”, ressaltou Hudson Maldonado, delegado-chefe da 13ª DP.

*Estagiário sob supervisão de Sibele Negromonte

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