Com o intuito de prevenir a ocorrência e os riscos de incêndios florestais de grandes proporções, brigadistas do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) realizaram ações de queimas controladas dentro do Parque Nacional de Brasília. A medida de prevenção aconteceu nesta quarta-feira (30/3) e, agora, a área passa pelo processo de monitoramento. No Parque Ecológico do Riacho Fundo, brigadistas do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) também realizam a ação nesta quinta-feira (31/3).
Além de ser econômica, a técnica colabora na conservação ambiental e na diminuição da emissão de dióxido de carbono (CO2). As queimadas controladas consomem apenas as superfícies das áreas, sem prejuízos significativos para as raízes das plantas. Assim, esse uso do fogo diminui os materiais que podem gerar um grande incêndio, conforme explica o diretor de prevenção e combate aos incêndios florestais do Ibram, Pedro Paulo Cardoso. “A queima controlada é feita nesse período pré-seca, que ainda não está com mato seco. O objetivo é diminuir o material combustível da área, como o mato alto, que favorece os incêndios florestais na época mais crítica”, diz.
Além do Parque Ecológico do Riacho Fundo, o diretor diz que o Ibram também é responsável pela queima controlada da Estação Ecológica de Águas Emendadas, o Parque do Tororó e a Área de Preservação Ambiental Gama Cabeça de Veado. Já o ICMBio cuida, ainda, da Floresta Nacional (Flona), que também deve passar pelo processo de queima controlada nos próximos dias. De acordo com ele, a queima desses outros pontos depende da situação climática. “Geralmente fazemos uma queima e no outro dia ficamos na vigilância, na área, monitorando, e só depois executamos outro tipo de queima em outra área”, ressalta.
Prevenção para os meses críticos
No Distrito Federal, agosto e setembro são considerados os meses críticos de incêndios em vegetação, mas os alertas já começam em julho. À espera da época seca, os órgãos adotam outras medidas, como a capacitação e contratação de brigadistas e a conscientização das comunidades locais. “Tudo deve ser feito com antecedência. No caso das queimas controladas, é preciso fazer agora, porque se esperarmos o mato secar, o fogo fica mais intenso e pode causar mais danos. No período mais crítico, ficamos exclusivamente por conta de combate”, reitera Pedro.
O diretor ressalta, ainda, a importância da conscientização da população. “Principalmente nos períodos críticos, não devem fazer uso indiscriminado do fogo. Todo incêndio na época seca é causado pelo homem, não existe fogo natural do DF e no cerrado durante os meses mais secos”, diz. De acordo com Pedro, o manuseio de fogo só pode acontecer sob autorização de órgãos ambientais, e é preciso haver objetivos, e equipes especializadas. “Todas as queimadas que ocorrem e não se adequam nestes requisitos causam danos, não só para o ambiente, mas também para a saúde da população”, completa.