Há 14 anos a Universidade de Brasília (UnB) chegava a Ceilândia, estabelecendo um novo campus na cidade, fato que significa mais do que uma simples expansão física da instituição, mas um passo de grande importância no sentido de levar educação superior de qualidade para uma região historicamente ignorada pelo Estado. Segundo o site da Faculdade de Ceilândia (FCE/UnB), a instalação do campus "veio ao encontro da elevada demanda social e participação atuante dos movimentos sociais da comunidade local para o acesso à universidade pública e gratuita".
O Anuário Estatístico da UnB destaca que a FCE tem quase 2,8 mil alunos matriculados em um dos seis cursos ofertados no campus, todos da área da saúde. São eles: enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, saúde coletiva e terapia ocupacional, no qual Amanda Ibiapina é estudante do sexto semestre. "A FCE promove a integração social. Muitos jovens de Ceilândia não têm condições de ir para o campus do Plano Piloto e, quando têm, é uma viagem muito cansativa. Então democratizou", fala a estudante, que considera ótima a infraestrutura da faculdade.
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Atualmente, Amanda está trabalhando em um projeto de pesquisa voltado para a juventude de Ceilândia. A discente quer analisar a circulação cotidiana de jovens pretos e periféricos da cidade em toda Brasília. "A circulação cotidiana pode ser afetada por diversos fatores, como socioeconômicos, territoriais, raça e gênero."
Para a aniversariante Ceilândia, a moradora do P Norte deseja avanços na educação. "Quero que vários outros jovens periféricos e pretos, como eu, saibam que têm o direito à educação e ocupem esse lugar."
*Estagiário sob a supervisão de José Carlos Vieira