Após os últimos casos de agressão em escolas do Distrito Federal, outras duas ocorrências de violência entre estudantes foram registradas em centros de ensino do Paranoá, nesta quarta-feira (24/3). No Centro de Ensino Fundamental (CEF) 2, duas meninas saíram no tapa. Em outro vídeo, um menino foi espancado por um grupo de estudantes da escola. Os vídeos, que circulam nas redes sociais, mostram os momentos das discussões.
A causa das brigas não foi divulgada ou apresentada nas postagens. O Correio procurou a Secretaria de Educação (SEDF) para questionar sobre os novos acontecimentos. Segundo a pasta, as ocorrências foram fora da escola e o batalhão escolar foi acionado pela direção. Os casos se somam às ocorrências registradas nos últimas dias em escolas públicas da capital. Ao menos quatro estudantes da educação básica foram alvos de graves ocorrências de violência em escolas públicas da cidade.
Na semana passada, um adolescente foi esfaqueado no Centro de Ensino Médio 3 de Ceilândia. No caso mais recente, uma jovem, 14 anos, levou quatro facadas nas costas e uma no braço, na sala de aula do CEF do Bosque, em São Sebastião. A agressão ocorreu nesta quarta-feira (23/3) e partiu de um colega da vítima, um aluno de 15 anos que estudava no colégio desde fevereiro e será transferido em breve, segundo a SEDF.
Casos registrados
Um levantamento da Polícia Militar divulgado pelo Correio mostra que, só em 2022, o Batalhão Escolar da corporação atendeu 108 ocorrências de crimes ou atos infracionais análogos a delitos praticados em colégios públicos do Distrito Federal (leia Registros). A PMDF informou não ter dados de 2021 pelo fato de as aulas presenciais terem ocorrido com cronograma especial.
A corporação destacou que policiais do grupo monitoram as escolas tanto a pé, nas proximidades dos colégios, quanto em veículos, com fiscalização "regular, diária e contínua". Além disso, retomou recentemente o emprego de motocicletas para essa função. A distribuição do efetivo ocorre de acordo com as necessidades de cada região administrativa, com desenvolvimento de "roteiros diários de patrulhamento escolar nas instituições de ensino públicas e privadas" e rodízio das equipes.
Em nota, a Promotoria de Justiça de Defesa da Educação (Proeduc), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), comunicou que acompanha os casos recentes e que os integrantes da instituição analisam "as medidas cabíveis".
Medidas
Nessa quarta-feira (23/3), a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, teve uma reunião extraordinária com os 14 coordenadores regionais de ensino da rede pública do DF para tratar dos casos de violência nas escolas. No encontro a portas fechadas, os gestores discutiram a adoção de medidas para um plano emergencial montado com outras pastas. "Além da Segurança (Pública), traremos a Saúde e a Juventude para discutirmos um plano comum e darmos a resposta que a sociedade precisa: segurança e cultura de paz nas escolas", frisa.
Hélvia acrescentou que teve uma conversa com o secretário de Segurança Pública, Júlio Danilo. O chefe da pasta disse que analisará as escolas com mais casos de violência e reforçará as rondas em áreas próximas aos colégios. Em relação ao adolescente de 17 anos esfaqueado na sexta-feira (18/3), no Centro de Ensino nº 3 de Ceilândia, a gestora informou que o jovem está na UTI. "Ele foi transferido para o Hospital Regional de Santa Maria. Nossa torcida é para que ele se recupere logo", completa.