A taxa de transmissão do novo coronavírus subiu pelo terceiro dia seguido e chegou a 0,66 no Distrito Federal. As informações foram confirmadas por meio do Boletim Epidemiológico, divulgado pela Secretaria de Saúde (SES-DF), na tarde de ontem. O número revela que um grupo de 100 pessoas infectadas podem passar a doença para outras 66.
São três dias de crescimento na taxa, que anteriormente apresentava queda. Até ontem, o índice era de 0,63. Na segunda-feira, era de 0,59. Quando a taxa de transmissão está abaixo de 1, é considerada indicativo de controle da pandemia, de acordo com os critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS).
O boletim mais recente também notificou quatro mortes em decorrência da covid-19. Destas, duas eram do sexo feminino e duas do sexo masculino. Uma pessoa residia no Amapá. Desde o início da contagem de vítimas na capital do país, 11.566 pessoas perderam a batalha para o vírus.
Nas últimas 24 horas, 304 novos casos positivos para covid-19 foram registrados — 54 a mais que na última terça. Assim, o total de contaminados na capital federal chegou a 690.717. Já na média móvel de infecções, o número está em 298, uma queda de 62% em relação a 14 dias atrás. Na comparação com o cálculo de duas semanas anteriores, a média móvel de óbitos está 6,8, 44% menor.
Sequelas
Em 5 de março, o Distrito Federal completou dois anos do primeiro diagnóstico positivo. Desde então, incertezas, angústias e consequências psicológicas e físicas cercam os brasilienses. Esse é o caso da manicure Luciana Macedo, 38 anos, que contraiu a doença em janeiro e ainda sofre com as sequelas.
"Meu primeiro sintoma foi dor na garganta. Depois, muita dor na coluna. Decidi fazer o teste e descobri que estava com a doença. Pós covid, tive dores de cabeça frequentes que permaneceram por 20 dias. Até hoje, eu sofro com a perda de memória. Esqueço nomes, coisas que eu tenho para fazer, esse tipo de coisa", conta a moradora do Riacho Fundo I.
A infectologista do Hospital de Brasília Ana Helena Germoglio, confirma que já existem mais de cinquenta efeitos pós-covid comprovados, que se desenvolvem em cerca de 80% dos pacientes que têm o vírus.
"Geralmente lembramos da parte pulmonar ou da famosa miocardite. Mas existem a perda de olfato e paladar, a perda de cabelo, alteração das unhas, da pele, intestinal e até renal", explica.