Um dos alvos da megaoperação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que desarticulou uma associação criminosa interestadual voltada à prática de jogo de azar e lavagem de dinheiro, é Vinícius Couto Farago, 30 anos, indiciado por homicídio doloso por atropelar e matar Matheus Menezes, 25, no Guará. O crime aconteceu em janeiro e Vinícius fugiu do local do acidente sem prestar socorro. Na mesma operação, os investigadores prenderam o youtuber brasiliense Kleber Moraes, o Klebim.
As prisões ocorreram na manhã desta segunda-feira (21/3), quando os investigadores da Divisão de Repressão a Roubos e Furtos da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (DRF/Corpatri) cumpriram quatro mandados de prisão temporária no Plano Piloto, em Águas Claras, no Guará e em Samambaia. A apuração policial revelou que os criminosos atuavam desde 2021 e movimentaram cerca de R$ 20 milhões em apenas dois anos por meio do sorteio de rifas e lavagem de dinheiro utilizando empresas de fachada e “testas de ferro”.
O Correio apurou que Vinícius era sócio de Klebim, fundador Estilo Dub, uma página voltada à rifas de carros. Em janeiro, após ingerir bebida alcoólica em um bar, Vinícius matou e atropelou Matheus Menezes. A vítima voltava da casa da namorada e havia descido há pouco tempo de um carro de motorista por aplicativo, quando foi atingido. Imagens do circuito de segurança colhidas pela polícia mostraram Vinícius deixando o local do crime e indo comprar bebida alcoólica pouco tempo depois.
Vinícius responde em liberdade por homicídio doloso e, agora, foi preso por lavagem de dinheiro.
Com autorização judicial, foram sequestrados nove veículos, entre eles um Lamborghini/Huracan e uma Ferrari/458 Spider, avaliados, cada um, em R$ 3 milhões. Também foi sequestrada uma mansão do líder da associação criminosa, no Park Way e determinado o sequestro de R$ 10 milhões das contas dos investigados. Além dos veículos sequestrados, foram apreendidos vários outros carros, uma motocicleta e um jet-ski.
Como agiam
De acordo com a PCDF, a associação criminosa era capitaneada por youtubers, que promoviam e rifavam veículos na rede social Instagram e canais do Youtube. Horas antes de ser preso, Klebim usou o Instagram para divulgar uma F250. A rifas custava R$ 6.50. "Essa pode ser sua", escreveu na rede social. Em um dos questionamentos feitos por um internauta sobre o veículo, o youtuber afirma que só as rodas do carro custam R$ 30 mil.
Após cair no gosto dos seguidores, os veículos eram preparados com rodas, suspensão e som especiais e as rifas eram anunciadas no sítio eletrônico dfrifas.com.br.
Como tinham milhares de seguidores, as rifas dos investigados eram vendidas com facilidade. Após, os valores provenientes das rifas seguiam para contas de empresas de fachada e eram utilizados para aquisição de novos veículos, que eram registrados em nome de “testas de ferro”.
No total, foram cumpridos oito mandados de busca no Distrito Federal.