Reforçada pelo Dia Internacional da Mulher (8/3), a campanha Março Lilás reforça a conscientização pela prevenção ao câncer de colo do útero. A infecção é transmitida por qualquer ato sexual, não sendo restrito ao contato genital. O papilomavírus humano (nome em português para a sigla HPV, em inglês) é o agente responsável pelos possíveis males do câncer.
Por ser um câncer que acomete principalmente as mulheres, a campanha de prevenção é direcionada ao público feminino. Uma estimativa realizada pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontou que, entre 2020 e 2022, estão previstos mais de 16 mil casos para cada 100 mil mulheres no Brasil. Desse total, 260 a cada 100 mil casos são projetados para o Distrito Federal, que tem a oitava maior incidência no país.
A oncologista da Oncoclínicas Brasília, Ana Carolina Barbosa, explica que a infecção ocorre por via sexual, por isso uma das maneiras de prevenção é o uso da camisinha. "O preservativo serve para impedir parcialmente o contágio pelo vírus, que pode também ser transmitido apenas pelo contato, sem penetração. A vacinação contra HPV é outra maneira de se proteger", ressalta a especialista.
Como modo de prevenir esse tipo de câncer na idade adulta, é recomendável o exame de Papanicolau, a partir dos 25 anos de idade. O exame deve ser realizado periodicamente, até mesmo por quem está imunizada. Além de prevenir contra o câncer, o exame permite o diagnóstico precoce da doença, que é curável na maioria dos casos.
Saiba Mais
A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que a imunização ao vírus HPV ocorra para pessoas entre nove e 13 anos. A vacinação está no calendário vacinal do Ministério da Saúde desde 2014. Em 2017, houve a ampliação na vacinação de 9 a 14 anos para meninas e de 11 a 14 anos para meninos.
O câncer do colo do útero é a principal causa de morte entre mulheres na América Latina, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), órgão vinculado à OMS. A doença mata, em média, mais de 35 mil mulheres por ano nas Américas, com apenas um a cada cinco casos fora dos países latino-americanos. Tópicos como as desigualdades de renda, gênero e acesso aos serviços de saúde atingem diretamente na estatística.
A organização também prevê que, caso a incidência da doença se mantenha, em 2030 ela matará mais de 50 mil mulheres por ano, com nove em cada dez mortes sendo registradas nos países da América Latina.
*Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel