Conscientização

Alerta contra o câncer

Caminhada no Parque da Cidade é em prol da conscientização da prevenção do câncer colorretal, segundo mais comum entre homens e mulheres

O diagnóstico precoce é uma das formas mais eficazes de combater o câncer, que não é uma condição rara e pode acometer pessoas de todas as idades. Tendo em mente a necessidade de conscientizar os cidadãos do Distrito Federal para a importância dos exames preventivos, profissionais da saúde da capital se juntaram, ontem, em uma caminhada para divulgar a iniciativa do março azul: mês de prevenção ao câncer colorretal, uma das formas da doença que é mais comum no Brasil.

"Queremos conscientizar a população sobre a importância da doença, e sinalizar aos entes públicos a importância de se formular um programa de rastreamento que contemple a todos (iniciativa privada e SUS)", afirma Juliana de Meneses, médica gastroenterologista e endoscopista do Hospital de Base e presidente da Sociedade de Endoscopia do Distrito Federal (Sobed DF).

O grupo busca difundir a ideia do março azul como um mês dedicado ao tema para o maior número possível de instituições, empesas e grupos. Sendo maioria entre os participantes do evento, gastroenterologistas, endoscopistas e coloproctologistas, vestiam pelo menos uma peça azul de roupa em apoio ao projeto. A caminhada também teve objetivo de alertar os parlamentares para que o Congresso Nacional estabeleça oficialmente o mês de março como o período de advertência à população para este tipo de câncer, vinculando a campanha à cor azul. O pleito está previsto no Projeto de Lei nº 5024/2019, já chancelado pela Câmara dos Deputados, e que aguarda parecer do Senado Federal.

Além do encontro no Parque da Cidade, a campanha também iluminou de azul a Câmara Legislativa do DF, o Conselho Federal de Medicina e o prédio do BRB. No final do mês, será a vez do Congresso Nacional, a Esplanada dos Ministérios e o Palácio do Planalto receberão a cor.

Prevenção

A Sobed DF aposta na prevenção como primeira medida de proteção a homens e mulheres diante da possibilidade de desenvolver a doença. "O câncer colorretal é o segundo mais comum em homens e mulheres, com estimativa de 41 mil novos casos em 2022, no Brasil", explica Juliana. Segundo levantamento do Instituto Nacional do Câncer (Inca), é uma média de aproximadamente 19 em cada 100 mil pessoas desenvolvendo a doença colorretal em algum momento a vida, sendo que o número estimado é muito equilibrado entre homens e mulheres (20,5 mil do sexo masculino e 20,4 mil do sexo feminino).

Porém, segundo a presidente, é uma doença tratável e, muitas vezes, é possível resolver o problema logo no início. "Felizmente, é uma doença que pode ser prevenida, e suas lesões precursoras (os pólipos intestinais adenomatosos) podem ser detectados e removidos no exame de colonoscopia, que deve ser realizado a partir dos 45-50 anos", explica.

A médica também indica mudar hábitos ao cotidiano para reduzir as chances do câncer. "Ações de prevenção estão associadas principalmente a hábitos de vida, que englobam alimentação saudável, evitando-se carne vermelha e alimentos processados, ingestão de bebidas alcoólicas e uso de tabaco. Atividade física e combate à obesidade também são importantes", acentua Juliana de Meneses.