Foi com a capela 6 do Campo da Esperança cheia que os amigos, colegas e admiradores se despediram do fotógrafo Orlando Brito. O profissional, que dedicou a vida ao jornalismo, morreu aos 72 anos, nesta sexta-feira (11/3), após sofrer complicações de uma cirurgia no intestino.
Aproximadamente 200 pessoas atenderam ao velório do fotógrafo. Entre os presentes, nomes como o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, o empresário Paulo Octávio, além de figuras importantes da fotografia, fotojornalismo e jornalismo brasileiro.
O chefe do Itamaraty era amigo pessoal de Orlando Brito e foi um dos muitos que homenageou o fotojornalista. O ministro levou um livro de autoria de Brito e uma bandeira do Brasil, que forrou o caixão. “Retratou no fundo do próprio trabalho a nação brasileira”, falou em discurso. “Essa bandeira você merece”, completou.
“Ele merece tudo isso”, afirma Chico Bahia, amigo de Orlando. “Tive mais de 40 anos de amizade com o Brito. Foi ele quem me ensinou a tirar foto”, conta o aposentado de 60 anos de idade. Ele estava vestido com um cocá e prestou homenagem tocando uma flauta indígena.
Orlando Brito trabalhou em redações como O Globo, Veja e Jornal do Brasil. Ele trabalhou até o fim da vida, tendo feito cobertura do Brasil desde a ditadura militar até os tempos atuais. “Mesmo com a idade avançada ele cobria todas as manifestações que podia”, lembra Bahia. “A última foto que tenho dele é ele todo agachado fotografando um ato recente”, adiciona.
“Perdemos um mestre e um amigo de mais de 30 anos”, afirma o fotógrafo Sergio Lima. Orlando marcou a história da fotografia e fotojornalismo brasileiro e por isso foi acompanhado por mais de 100 pessoas no cortejo de seu enterro. Brito foi sepultado ao som de palmas e gritos de “Viva Brito”.